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A noite foi longa mas Rio diz que processo das listas do PSD foi "razoavelmente pacífico"

31 de julho de 2019 às 08:43
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Presidente social-democrata diz que "não houve saneamentos selvagens" e que já viu processos mais turbulentos. Vetado das listas, Hugo Soares fala em "medalha" que carrega com "orgulho e de futuro".

A reunião do Conselho Nacional do PSD demorou cinco horas. Uma noite longa para os sociais-democratas mas que culminou com a aprovação das listas de candidatos a deputados do partido para as próximas legislativas de 6 de outubro, que deixou de fora nomes como a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, o ex-líder parlamentar Hugo Soares, o anterior secretário-geral Matos Rosa ou o antigo "vice" do grupo parlamentar Amadeu Albergaria, todos indicados pelas respetivas estruturas locais.

O Conselho Nacional do PSD aprovou com 80 votos a favor, 18 contra e dez abstenções as listas de candidatos de deputados à Assembleia da República. Do total dos votos expressos (108), 74% dos conselheiros votaram favoravelmente, de braço no ar, numa votação feita globalmente das listas para os 22 círculos eleitorais. A direção contabilizou a aprovação das listas na casa dos 82%, invocando que, segundo os estatutos do partido, as abstenções não contam para a contagem da maioria dos votos. Em 2015, sob o mandato de Pedro Passos Coelho, as referidas listas foram aprovadas por unanimidade. Nas listas aprovadas esta madrugada dos 89 deputados eleitos pelo PSD em 2015, 49 estão fora das listas para as legislativas, o que corresponde a 55% do total. Há quatro anos, esse valor em relação à anterior legislatura tinha sido de 45%.

No final da reunião, em declarações, o presidente do PSD, Rui Rio, considerou o processo até foi "razoavelmente pacífico" e garantiu que "não houve saneamentos selvagens". "É um bom resultado, já vi muitos processos destes ao longo da minha vida política: em 1983, em 1985, foram processos muito mais turbulentos que este. Os únicos que não foram é quando o PSD está no poder e o presidente do PSD é primeiro-ministro", defendeu: "Para quando o PSD está na oposição, até foi razoavelmente pacífico."

"É uma vitória para o PSD termos conseguido fazer um equilíbrio onde as pessoas se reveem: não há saneamentos selvagens, não são privilegiados os amigos. Há o equilíbrio possível e esse equilíbrio é sempre muito difícil quando se trata de pessoas", afirmou ainda.

"Medalha" de Hugo Soares sem comentários

Rui Rio recusou responder à intervenção feita na reunião pelo ex-líder parlamentar Hugo Soares, que o acusou de não gostar do PSD. "Não tive reação nenhuma, só falei no ponto do programa, quando foi das listas não falei, se não respondi lá dentro, não ia responder cá fora", disse.

O ex-líder parlamentar foi o nome retirado das listas que mais polémica gerou, o "único nome vetado" pela direção nacional, decisão confirmada pelo secretário-geral do partido, José Silvano, antes do início do Conselho Nacional. "É uma medalha que carrego com orgulho e de futuro", afirmou, à saída o ainda deputado, que abandonou a reunião antes do final dos trabalhos por não ter direito de voto.

Questionado sobre uma sondagem da TVI que dá 20% ao PSD e 35% ao PS, o líder social-democrata voltou a desvalorizar estes estudos de opinião. "Saiu uma sondagem a dois meses e tal das eleições em 2015 em que PSD e CDS tinham os piores resultados de sempre e depois ganharam as eleições", apontou.

Além das listas, o Conselho Nacional do PSD aprovou, com 17 abstenções, o programa eleitoral do partido às legislativas.

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