Secções
Entrar

Tribunal considera ilegais serviços mínimos decretados para greve de docentes

Lusa 30 de novembro de 2023 às 13:22

No passado ano letivo, as estruturas sindicais entregaram mais de meio milhar de pré-avisos de greve e, a meio do ano letivo, o ministério da Educação começou a solicitar serviços mínimos.

O tribunal considerou ilegais os serviços mínimos decretados para as greves às avaliações finais dos alunos do 9.º, 11.º e 12.º anos, realizadas no passado ano letivo, revelou hoje a plataforma de sindicatos que convocou a paralisação.

Bruno Colaço/CM

"Foi agora divulgado novo Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) que declara ilegais os serviços mínimos impostos à greve às avaliações sumativas finais dos anos com provas finais ou exames", ou seja, do 9.º, 11.º e 12.º anos, avança em comunicado a plataforma de nove estruturas sindicais, da qual fazem parte a Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE).

No passado ano letivo, as estruturas sindicais entregaram mais de meio milhar de pré-avisos de greve e, a meio do ano letivo, o ministério da Educação começou a solicitar serviços mínimos.

Em maio, o tribunal arbitral decretou serviços mínimos para a greve às avaliações finais convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) para as avaliações do 12.º ano e, em junho, o mesmo tribunal decretou serviços mínimos para a greve convocada pela plataforma de nove sindicatos da Educação para as provas finais do 9.º, 11.º e 12.º anos.

A plataforma decidiu contestar em tribunal a decisão de decretar serviços mínimos e diz ter recebido agora a resposta, que lhe dá razão.

Acusando a tutela de recorrer a "serviços mínimos ilegais" para "esvaziar as greves dos professores", a plataforma entende que "em relação às avaliações finais de todos os anos de escolaridade, os serviços mínimos requeridos foram além do que a própria lei estabelece".

No entanto, continua a plataforma, os colégios arbitrais decidiram "sempre em função da pretensão do ME, numa aparente prova de falta de independência em relação ao poder político".

Os sindicatos voltam hoje a denunciar casos em que "os professores foram mesmo impedidos de fazer greve, sob ameaça de instauração de processos disciplinares".

Para a plataforma, os responsáveis do ministério "recorreram a expedientes ilegais e antidemocráticos" para tentar inviabilizar a luta dos professores: "Apesar de terem conseguido esvaziar uma ou outra greve, não conseguiram pôr em causa uma luta que prossegue", concluem.

Do lado da tutela, o pedido de serviços mínimos foi sempre defendido pelo receio de a paralisação poder colocar em causa a escola pública.

O ministério da Educação justificou a decisão apontando a necessidade de "garantir o interesse dos alunos e famílias - em particular na dimensão de previsibilidade que o ciclo avaliativo deve ter", além do acesso ao ensino superior.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela