Secções
Entrar

Tancos: Diretor da PJ e dois procuradores ouvidos em tribunal como testemunhas

19 de fevereiro de 2020 às 07:28

Luís Neves e os procuradores João Melo e Vitor Magalhães foram chamados ao processo pelo coronel da GNR e arguido Amândio Marques, então responsável pela DIC da Guarda.

O diretor da Polícia Judiciária, Luis Neves, o diretor adjunto da PJ e o procurador Vítor Magalhães, um dos responsáveis pela acusação do caso do furto e recuperação das armas de Tancos vão hoje ser ouvidos como testemunhas.

Luis Neves e os procuradores João Melo e Vitor Magalhães foram chamados ao processo pelo coronel da GNR e arguido Amândio Marques que, à data dos factos, era responsável pela direção de Investigação Criminal (DIC) da Guarda.

João Melo chegou a trabalhar no processo no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), juntamente com Vitor Magalhães, mas desde janeiro de 2019 que ocupa o lugar de diretor adjunto da PJ.

No requerimento de abertura de instrução, Amândio Marques indica que não teve conhecimento de que o apoio prestado pelos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Loulé era no âmbito do caso do furto do armamento de Tancos, e que desconhecia que "a PJM se encontrava impedida de investigar tal caso".

O arguido ressalva a colaboração "pronta e inequívoca" que prestou ao DCIAP quando "a seu convite e por sua iniciativa" expressou aos procuradores e ao diretor da PJ "as suas desconfianças face à versão que, quer o coronel Estalagem, quer os seus inferiores hierárquicos lhe haviam apresentado.

Em sua defesa, Amândio Marques sublinha o facto de ter "denúnciado" junto dos procuradores do DCIAP "as suas desconfianças para que, se assim o entendessem, investigassem".

Aos 23 arguidos são imputados crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos 23 arguidos foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes e Amândio Marques da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento. O ex-ministro da Defesa foi acusado de prevaricação e denegação de justiça, abuso de poder e favorecimento pessoal.

O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 e, quatro meses depois, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé, que a acusação colocou em causa.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela