Sucessor de Albuquerque só será conhecido dia 5 de fevereiro
"Temos condições para, com a minha demissão, avançar para um novo governo, com um novo orçamento, no sentido de garantir a governabilidade da região", garantiu presidente demissionário do Governo Regional da Madeira.
Miguel Albuquerque, o presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, revelou esta quinta-feira após o fim da reunião do Conselho Regional do PSD Madeira que o seu sucessor só será conhecido segunda-feira.
"Aquilo que foi aprovado por unanimidade foi a garantia que a legitimidade que foi outorgada há quatro meses mantém-se intacta. Temos condições para, com a minha demissão, avançar para um novo governo, com um novo orçamento, no sentido de garantir a governabilidade da região", frisou Miguel Albuquerque.
O PSD Madeira reuniu o órgão máximo do partido entre congressos, esta quinta-feira à tarde, no Funchal.
Miguel Albuquerque é um dos arguidos da Operação Zarco, que levou à detenção de três suspeitos, mas não do político. Os três suspeitos de corrupção na Madeira estão detidos desde 24 de janeiro, o que perfaz já nove dias privados de liberdade, situação que se manterá até o anúncio das medidas de coação que só serão conhecidas após a conclusão dos interrogatórios, o que se prevê para a próxima semana.
De acordo com fonte judicial, o processo foi distribuído ao juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, e depois de Custódio Correia deverá ser ouvido Avelino Farinha e, por último, o ex-presidente da Câmara do Funchal.
Pedro Calado, que formalizou na segunda-feira a renúncia ao cargo de presidente da maior câmara da Madeira, Custódio Correia e Avelino Farinha foram detidos em 24 de janeiro, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela Polícia Judiciária (PJ) sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente.
A operação também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e oficializou na segunda-feira a renúncia ao cargo, que tinha anunciado na sexta-feira.
De acordo com documentos judiciais a que a Lusa teve acesso, o Ministério Público refere que o presidente do Governo Regional da Madeira, o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal e o líder do grupo de construção AFA estabeleceram, "ao longo do tempo, uma relação de particular proximidade e confiança" que terá beneficiado aquele grupo empresarial "ao arrepio das regras da livre concorrência e da contratação pública".
Entre os contratos alvo de investigação criminal, de acordo com os documentos judiciais estão a concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na ilha da Madeira, a concessão do Teleférico do Curral das Freiras, o projeto da Praia Formosa e o Funchal Jazz 2022-2023.
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