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Rui Rio: “Portugal pode voltar a ser grande”

Margarida Davim 19 de dezembro de 2021

Rui Rio fechou o discurso com um slogan a lembrar Donald Trump, depois de ter atacado aqueles que recebem de forma indevida apoios sociais. Mas, mesmo com todas as críticas, o líder do PSD lançou pontes ao PS.

O discurso de encerramento do 39.º Congresso do PSD pôs Rui Rio a atacar a "falta de rigor" da governação socialista a expor os pontos mais frágeis do Governo de António Costa, quase sempre relacionando essa fragilidade com a forma como Costa ficou amarrado à sua esquerda na geringonça. Mas os ataques às várias áreas da governação não impediram o líder do PSD de deixar a porta aberta um entendimento com o PS depois das eleições de 30 de janeiro.

ESTELA SILVA/LUSA

"Defendo sempre que o entendimento é possível, ele é obviamente, preferível à discórdia e à mera tática partidária de curto prazo", começou por dizer Rio, num discurso longo que ocupou quase 13 páginas e durou mais de 35 minutos.

Rio abriu pouco o jogo sobre as propostas que levará a votos nas legislativas, mas quis apresentar-se como um "reformista" e alguém "com coragem" para enfrentar interesses instalados. E deixou uma promessa que faz lembrar o slogan de Donald Trump. "Temos de acreditar que o Portugal do século XXI pode voltar a ser grande. Tão grande quanto a dimensão da sua História."
 
Para isso, acredita o social-democrata, "Portugal precisa de um novo Governo", que será uma oportunidade de fugir ao que diz ser a estagnação em que o País, em seu entender, tem estado mergulhado.

"A 30 de janeiro, Portugal terá eleições legislativas antecipadas por força do esgotamento de uma solução política de má memória", atacou, apontando o dedo aos erros de Eduardo Cabrita na Administração Interna, mas também com a mira voltada para Pedro Nuno Santos e a forma como geriu a TAP.

Sem nunca deixar claro que solução defende para a TAP, foi duro na análise à política do Governo, que entende estar a desbaratar dinheiro público com a transportadora aérea. "Foi a isto que conduziu esta governação do PS, em geral, e deste Ministério das Infraestruturas em particular", criticou Rio.

De resto, Rui Rio – que começou o Congresso sob o lema "Portugal ao centro" – também apontou o dedo às contradições de um António Costa amarrado internamente a PCP e BE, mas "casado" com as regras de Bruxelas. "O PS discursa à esquerda mas atua em sentido exatamente contrário do que diz."

Desta vez, Rui Rio referiu-se à Saúde e à Educação, ainda sem lançar medidas concretas, mas definindo já um caminho que aponta para a continuidade da articulação entre o SNS e os setores privado e social e para uma valorização da classe docente.

"A política educativa nos últimos seis anos é o melhor exemplo do que não deve ser feito", começou por dizer Rui Rio, que acabou a defender que "um Governo do PSD terá de dar uma especial atenção aos professores".

De resto, os momentos em que apareceu a defender os professores foram os mais aplaudidos deste discurso.

Além de Saúde e Educação, Rui Rio trouxe o Ambiente para o topo da sua agenda, lembrando os pergaminhos do PSD nessa matéria. "O combate às alterações climáticas é, neste momento da História da Humanidade, a principal batalha pela vida que mundo, como um todo, enfrenta", notou, para afirmar que "a grande mudança passa por uma descentralização da política energética e ambiental".

Rui Rio também não esqueceu a questão do rendimento. "Portugal cujo salário médio é hoje dos mais baixos de toda a União Europeia", disse, sem apresentar a fórmula para sair dessa situação, mas argumentando a importância do relançamento da economia.

E piscou o olho ao Chega, quando declarou que "os apoios sociais são socialmente indispensáveis, mas apenas para quem deles verdadeiramente necessita".

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O discurso de encerramento do 39.º Congresso do PSD pôs Rui Rio a atacar a "falta de rigor" da governação socialista a expor os pontos mais frágeis do Governo de António Costa, quase sempre relacionando essa fragilidade com a forma como Costa ficou amarrado à sua esquerda na geringonça. Mas os ataques às várias áreas da governação não impediram o líder do PSD de deixar a porta aberta um entendimento com o PS depois das eleições de 30 de janeiro.

"Defendo sempre que o entendimento é possível, ele é obviamente, preferível à discórdia e à mera tática partidária de curto prazo", começou por dizer Rio, num discurso longo que ocupou quase 13 páginas e durou mais de 35 minutos.

Rio abriu pouco o jogo sobre as propostas que levará a votos nas legislativas, mas quis apresentar-se como um "reformista" e alguém "com coragem" para enfrentar interesses instalados. E deixou uma promessa que faz lembrar o slogan de Donald Trump. "Temos de acreditar que o Portugal do século XXI pode voltar a ser grande. Tão grande quanto a dimensão da sua História."
 
Para isso, acredita o social-democrata, "Portugal precisa de um novo Governo", que será uma oportunidade de fugir ao que diz ser a estagnação em que o País, em seu entender, tem estado mergulhado.

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