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Roteiro para celebrar os 50 anos de 25 de Abril

Andreia Antunes 22 de abril de 2024 às 07:00

Há várias iniciativas espalhadas pelo País, como cerimónias militares, sessões oficiais, espetáculos de teatro e música, concertos e recriações históricas. Para participar entre os dias 24 e 27. Veja os locais e as horas de cada um deles.

Entre os dias 24 e 27 de abril, a Comissão Comemorativa dos 50 anos de 25 de Abril vai realizar várias iniciativas, para celebrar os 50 anos do derrube da ditadura.

Sábado

Em conjunto com a Presidência da República, a Assembleia da República, as forças armadas, os municípios, a GNR, PSP, a Associação Portuguesa de Veículos Militares Antigos e o Plano Nacional das Artes foram organizadas cerimónias militares, sessões, espetáculos de teatro e música, concertos e recriações históricas, que estarão espalhadas por todo o País.

As celebrações começam no dia 24 de abril com uma visita guiada em inglês, às 11h, ao Museu da GNR e ao Quartel do Carmo, local onde se refugiou Marcello Caetano, presidente do Conselho em 1974, e onde se rendeu quando as forças comandadas por Salgueiro Maia cercaram o local.

Também é possível visitar este local nos dias 26, 27 e 30 de abril e nos dias 9 e 10 de maio, sempre entre as 11h e o 12h. É preciso uma inscrição prévia através do site da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

Entre as 22h e as 23h, na Praça do Comércio, em Lisboa, vai decorrer o espetáculo audiovisual Uma ideia de futuro e será projetado o vídeo mapping 25 de Abril, quinta-feira. Organizado pela EGEAC, o espetáculo tem entrada livre. Em palco vão estar seis jovens que traçam um retrato atual de Portugal, com 180 músicos, que vão replicar as canções que fizeram parte da Revolução.

Já no Porto, entre 22h15 e 23h, na Avenida dos Aliados, vai decorrer o concerto Aliados à Liberdade e a projeção do vídeo mapping 25 de Abril, quinta-feira. Vão também participar Pedro Lamares e Odete Mosso, juntando as vozes com a poesia.

Em Santarém, às 22h30, na antiga Escola Prática de Cavalaria, vai haver a recriação histórica da Operação Fim de Regime, que permitiu derrubar a ditadura há 50 anos. Já pelas 22h30, uma coluna militar de seis viaturas vai deslocar-se até aos limites da cidade, transportando militares que participaram nas operações, há 50 anos.

Em homenagem aos militares que lutaram pela liberdade, a Associação Portuguesa de Veículos Militares Antigos (APVMA) vai recriar a marcha desta coluna militar. Serão recriadas a saída de Santarém, a chegada ao Terreiro do Paço, o cerco ao Quartel do Carmo, a chegada ao Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas (MFA), na Pontinha, e o regresso a Santarém. Estas recriações podem ser acompanhadas pela população.

No dia 25 de abril, dia dos 50 anos de liberdade, na Praça do Comércio, entre as 9h e as 10h, haverá a tradicional cerimónia militar evocativa da data, presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Será feita uma recriação histórica da Operação Fim do Regime, com vários veículos militares da época a chegar ao Terreiro do Paço para desfilar. Os carros ficarão expostos até às 12h no local, juntamente com o carro de combate M47 Patton, que representa as forças militares leais ao governo de Marcello Caetano.

Às 11h30, haverá a cerimónia Solene dos 50 anos do 25 de Abril na Assembleia da República. Às 12h, os veículos militares antigos iniciam a recriação da marcha sobre o Quartel do Carmo e o cerco ao local. Vai ser reconstituído o trajeto efetuado em 1974, com a saída do Terreiro do Paço, ao Rossio, subindo a Rua do Carmo e a Rua Sacramento.

Já às 15h, no Marquês de Pombal vai ser realizado o popular desfile pela Avenida da Liberdade. Uma hora mais tarde, no Largo do Carmo, tem início mais uma recriação histórica da Operação Fim de Regime, onde uma coluna militar fará o percurso desde o Largo do Carmo até ao Quartel da Pontinha, encenando o transporte de Marcello Caetano para este local.

Se quiser ter a experiência de ver como realmente foi a luta pela liberdade há 50 anos, o Cinemateca Portuguesa, vai apresentar entre as 18h30 e as 20h, na sala Luís de Pina, as primeiras imagens recolhidas no âmbito da campanha Filmou o 25 de Abril?, mostrando assim filmagens amadoras do dia da Revolução. A entrada é livre e requer levantamento do bilhete 30 minutos antes da sessão.  

No dia 26 de abril, às 10h30, começa por todo o país a iniciativa Todos à Manif, que pretende assinalar 50 anos sobre as primeira manifestações espontâneas ocorridas na época.  

Já os 510 Agrupamentos de Escolas e escolas não agrupadas que integram a rede do Plano Nacional das Artes vão realizar um evento simultâneo, de manifestações na rua com a recuperação de palavras de ordem e novas palavras criadas por eles. Cada turma produziu cartazes e fará o percurso até um ponto emblemático da sua cidade ou vila.

Na Marinha Grande terá inicio às 10h30 um itinerário a partir do Parque da Cerca até à Praça do Município. À mesma hora, na Figueira da Foz, a partir do Jardim das Abadias, tem início um itinerário até à Praça do Município.

Já em Braga, às 16h na Praça do Município, tem lugar a Grande Recriação Histórica da Manifestação. Esta iniciativa inclui um espetáculo com música, recital, discursos e coreografias, com encenações e caracterizações da época, havendo carros antigos, uma chaimite, tanque, indumentária à época, cartazes e faixas.

A 27 de abril, entre as 10h e as 12h, em Peniche vai ser inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche, que funcionou como prisão para os presos políticos. Por fim, entre as 11h e as 12h, tem lugar a reconstituição histórica do regresso da coluna da Escola Prática de Cavalaria a Santarém, ao largo da Câmara Municipal.

As comemorações dos 50 anos de 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano terá um tema, com o objetivo de reforçar a memória e enfatizar a relevância desde acontecimento na construção da democracia atual.

O primeiro ano das comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, as iniciativas vão recriar o processo de descolonização, da democracia e desenvolvimento do País pós-ditadura.

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