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"Emociona-me muito que haja dois milhões e meio de portugueses que recebem menos de mil euros", diz António Filipe

Luana Augusto 14 de novembro de 2025 às 21:22

Candidato à Presidência criticou os "baixos salários" praticados em Portugal, assim como as alterações à Lei Laboral, que diz favorecer apenas as empresas.

O candidato à Presidência, António Filipe, criticou esta sexta-feira os "baixos salários de Portugal" e sublinhou que as "pessoas se empobrecem a trabalhar". Em entrevista ao canal NOW, disse que quer que "não sejamos condenados a ser um País de baixos salários" e lamentou que só em 2029 o salário mínimo em Portugal se iguale ao de Espanha. "Emociona-me muito que haja dois milhões e meio de portugueses que recebem menos de mil euros por mês."
António Filipe defende que pacote laboral do Governo é “uma inversão da lógica do direito do trabalho”
E acrescentou: "Este mês foi noticiado que as 16 maiores empresas do PSI20 tencionam pagar no próximo ano 2,3 mil milhões de euros em dividendos aos acionistas e eu acho que isto está mal. (...) Esta distribuição de dividendos tão desequilibrada é à custa de baixos salários." António Filipe considerou ainda que Portugal tem "feito um caminho muito lento", no que toca ao aumento dos salários. "Somos uma economia de baixos salários. Isso não pode ser. O facto de haver uma distribuição de lucros tão gigantesca revela que há toda a capacidade para que se pague melhores salários à generalidade dos trabalhadores: não apenas por via do aumento do salário mínimo, mas por via de um aumento geral dos salários em Portugal."

Lei Laboral

Sobre as alterações à Lei Laboral, considerou que o Governo "devia retirar este diploma", uma vez que" penaliza muito a situação dos trabalhadores". "O Governo faria bem em retirá-lo. Aliás, o Governo é o grande responsável pela greve geral convocada pelos sindicatos." António Filipe classifica até estas alterações como uma "inversão completa de valores" e garante que "só favorece os interesses da empresa". Ainda sobre a greve geral atirou as responsabilidades ao "primeiro-ministro". "Esta questão foi escondida aos eleitores. (...) A greve é um direito legítimo dos trabalhadores e eles têm toda a razão. [Claro que] gostaria que os trabalhadores não tivessem razões para fazer greve." Se pudesse tomar uma medida enquanto Presidente da República diz que valorizava "a contratação coletiva". "Contribuiria para a elevação dos salários."
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