Secções
Entrar

PSD: Rui Rio avança com "lista própria" ao Conselho Nacional no congresso

19 de janeiro de 2020 às 08:18

O presidente reeleito este sábado afirmou que há dois anos tentou a "unidade" com um opositor, então Pedro Santana Lopes, e "não correu bem".

O reeleito presidente social-democrata, Rui Rio, afirmou no sábado que no congresso do partido vai apresentar uma "lista própria" ao Conselho Nacional, porque há dois anos a tentativa de "unidade" com o opositor, então Pedro Santana Lopes, "não correu bem".

"Relativamente ao congresso [o 38.º, marcado para 07, 08 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo], vou ceder a todos os que se zangaram comigo por ter feito unidade com Pedro Santana Lopes, que não correu bem. Desta vez, há uma lista própria e os congressistas vão votar", disse, em resposta aos jornalistas na sala de um hotel do Porto onde fez o discurso de vitória nas eleições diretas do partido.

Para Rio, o resultado de sábado é "inequivocamente claro" e significa que voltou "a ganhar as eleições para presidente do PSD", para além de ser, do seu ponto de vista, "suficiente para a unidade" no partido.

"Se queria ter mais [percentagem de votos]? Queria ter, como é lógico. Mas isso não é politicamente relevante. Só faltava, após três meses [de campanha eleitoral para as diretas], ainda ver se falta mais um voto aqui ou acolá", avisou.

Rio observou ainda que "uma coisa" é o presidente do PSD "querer a unidade e dar passos nesse sentido" e "outra coisa é os outros quererem".

"Aí não consigo fazer milagres", notou.

Em 2018, após as diretas que opuseram Rui Rio e Pedro Santana Lopes, levando o primeiro a vencer com 54% e o segundo a obter perto de 46%, os dois chegaram a acordo para listas de unidade aos órgãos nacionais do partido, algo que o presidente reeleito agora recusa.

Em janeiro de 2018, Rui Rio foi eleito presidente do PSD com 22.728 votos, correspondentes a 54,1%, contra os 19.244 (45,85%) de Pedro Santana Lopes.

A distância entre aqueles dois candidatos, nas oitavas eleições diretas da história do partido, foi de 3.484 votos.

Rio foi este sábado reeleito com 53,02% dos votos (16.420), derrotando o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que teve 46,98% (14.547), anunciou o Conselho de Jurisdição Nacional do partido pelas 23:20.

Questionado sobre se a diferença de cerca de dois mil votos relativamente a Montenegro pode levar os seus opositores a tentar infernizar o partido, Rio assegurou que, se fosse o perdedor, um voto bastava para que não o fizesse.

"Para mim, um voto a mais de quem ganhasse, era suficiente, se tivesse perdido, para ninguém infernizar a vida de ninguém. Para mim, bastava um voto e eu respeitava", garantiu.

Quanto à composição das listas para as autárquicas de 2021 e para as eleições regionais nos Açores, o presidente reeleito do PSD frisou contar "com todos que estejam pela estabilidade e com lealdade".

"Todos têm lugar, desde que obedeçam a este princípio", frisou.

"Com seriedade e lealdade cabem todos sem exceção", acrescentou.

Rui Rio descreveu que aceita, "desde pequenino, todas as diferenças de opinião, porque enriquecem".

"O que não aceito é quando não há diferenças de opinião e se inventam para criar problemas", notou.

Rio lembrou ainda os três principais objetivos aos quais está "amarrado", e que foram os que serviram de mote à sua candidatura.

O reeleito presidente começou por referir o "reforço da implantação autárquica e regional nos Açores".

Relativamente às eleições regionais nos Açores, marcadas para outubro, Rio afirmou que o PS tem naquela região, "há 24 anos, um poder tentacular".

"Penso que estamos em condições de disputar as eleições taco-a-taco", frisou.

Rio recordou ainda o compromisso com a abertura do PSD à sociedade civil e com uma "oposição construtiva e credibilizadora".

"Acredito que servimos o país tanto no governo como na oposição", destacou.

O presidente do PSD, Rui Rio, e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro disputaram no sábado eleições diretas para a liderança do partido, numa inédita segunda volta em que podiam votar 40.604 militantes com as quotas em dia.

O atual presidente do PSD foi o candidato mais votado na primeira volta das diretas, realizada há uma semana, com 49,02% dos votos expressos, enquanto o antigo líder parlamentar social-democrata conseguiu 41,42%.

Miguel Pinto Luz, o terceiro candidato mais votado, obteve 9,55% (3.030 votos) e ficou fora da segunda volta.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela