PGR responde a Azeredo Lopes: "Não nos pautamos por critérios políticos"
Em entrevista, Lucília Gago afirma que "tudo o que envolva a avaliação política das situações é para outra dimensão que não o Ministério Público."
A procuradora-geral da República garantiu esta quinta-feira à agência Lusa que o Ministério Público "não se pauta por critérios políticos" e que, no caso da acusação do processo deTancos, foi simplesmente cumprida a lei. "O Ministério Público não sem pauta, obviamente, por critérios políticos nem tem que atender a esse tipo de 'timings'. Tudo o que envolva a avaliação política das situações é para outra dimensão que não o Ministério Público", afirmouLucília Gagoquando questionada pela Lusa sobre a data em que foi conhecida a acusação do caso de Tancos, durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas do passado domingo.
O ex-ministro da DefesaAzeredo Lopesfoi acusado de abuso de poder, denegação de justiça, prevaricação e favorecimento pessoal. O despacho de acusação do caso foi conhecido a 26 de setembro, véspera de terminar o prazo máximo de prisão preventiva de sete arguidos e, segundo a PGR "foi cumprida a lei, foi considerado que havia condições para o encerramento do caso e foi isso que aconteceu".
Azeredo Lopes insiste estar absolutamente inocente no caso de Tancos
O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes reiterou hoje que está "absolutamente inocente" no caso de Tancos, criticou o seu "assassinato no espaço público" e assegurou que exercerá o seu direito de defesa nos tribunais.
O processo de Tancos foi um tema incontornável da campanha eleitoral para as legislativas com os líderes do PS e do PSD envolvidos numa troca direta de palavras depois de ter sido conhecida a acusação. O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017. Quatro meses depois, a Polícia Judiciária Militar revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
O MP acusou 23 pessoas de terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida. Nove dos 23 arguidos são acusados de planear e executar o furto e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.
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