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Pequenas barragens e reter mais carbono no solo: as soluções do Alentejo Litoral contra as alterações climáticas

Ana Bela Ferreira 10 de março de 2025 às 06:01

Municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacé e Sines apresentam esta segunda-feira o plano para o combate às alterações climáticas. Para responder à escassez de água, "a região terá de incrementar a poupança de água e encontrar formas alternativas para a obter– por exemplo através da dessalinização".

Reter água nos solos, com recurso a pequenas barragens, promover técnicas agrícolas e silvícolas que aumentem ostockde carbono no solo e diversificar a base económica através da valorização dos recursos endógenos, são os objetivos dos municípios do Alentejo Litoral para responder às alterações climáticas. Estes passos fazem parte do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo Litoral (PIAAC-AL), que vai ser apresentado esta segunda-feira, em Santiago do Cacém.

REUTERS/China Photos

O Alentejo Litoral - composto pelos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines - enfrenta, tal como o restante território nacional, os desafios do aumento das temperaturas médias anuais, os fenómenos de seca extrema e inundações, mas também o risco da subida do nível do mar. Consciente que a "economia da região assenta em três setores chave: a agricultura, a indústria e o turismo", onde a água assume uma necessidade absoluta, o presidente da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, Vítor Proença, explica à SÁBADO que "a região terá de incrementar a poupança de água e encontrar formas alternativas para a obter – por exemplo através da dessalinização".

A água é um dos elementos centrais do PIAAC - AL, seja na vertente da poupança, seja na procura pelo aumento da produção. O plano que prevê "medidas concretas e planeadas para curto, médio e longo prazo, que serão implementadas ao longo de dez anos", como detalha Vítor Proença, inclui soluções como "a reabilitação e a conservação da infraestrutura de retenção e transporte de água" ou "a retenção de águas pluviais para posterior aproveitamento".

Além da resposta às necessidades das atividades económicas, o também autarca de Alcácer do Sal lembra que "é necessário assegurar a preservação do litoral alentejano, em particular devido à subida do nível do mar". Em especial no arco Tróia-Sines, com mais risco de erosão ou galgamento e inundações, refere o documento a que a SÁBADO teve acesso. Estão por isso previstas intervenções de conservação e estabilização de arribas e nas áreas com risco de inundação estuarina está previsto a criação de áreas multifuncionais que mitiguem esse risco.

Em relação à população, o presidente da CIMAL adianta que vão ser trabalhadas campanhas de sensibilização tanto para os habitantes como para turistas que foquem "a necessidade de interiorizarem atitudes e comportamentos que irão contribuir para preservarmos os recursos que garantem a nossa subsistência. É um dos fatores importantes para o sucesso do Plano e que terá que ser desenvolvido permanentemente, ao longo do tempo."

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