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PAN considera inadmissível Costa e Medina na comissão de honra de Luís Filipe Vieira

12 de setembro de 2020 às 19:51

"Todas estas situações de ligação próxima da política ao futebol não são admissíveis do ponto de vista ético", defende o PAN.

O porta-voz do PAN, André Silva, considerou hoje inadmissível "do ponto de vista ético", que António Costa e Fernando Medina entrem na comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.

Segundo uma notícia de hoje do semanário Expresso, o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, integram a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.

"Todas estas situações de ligação próxima da política ao futebol não são admissíveis do ponto de vista ético, porque abrem a porta a que o amor ao clube se possa sobrepor ao compromisso para com o interesse público, que deverá sempre nortear qualquer titular de um cargo político no exercício do cargo", defende o Partido da Natureza e dos Animais (PAN), em comunicado.

No comunicado, o partido fala ainda em "vários casos" da mesma ordem, e considera "que este tipo de situações não devia suceder, uma vez que um dos principais problemas da sociedade portuguesa é o excesso de promiscuidade entre a política e o futebol, e as ligações perigosas e pouco transparentes associadas a este mundo".

"De resto, essas ligações são mais do que óbvias quando a própria Europol considera a corrupção no desporto como uma das 12 principais atividades criminosas organizadas na União Europeia", acrescenta.

O partido defende que, "face a este caso, e aos restantes casos recentes de ligação institucional de deputados ao mundo futebol, é importante que, o quanto antes, o parlamento faça a sua parte no combate a estas promiscuidades e tenha a coragem de aprovar a iniciativa do PAN que, seguindo o modelo já em vigor para os magistrados, impede a ocupação de cargos em órgãos de clubes de futebol".

"Esperemos, também, que António Costa volte atrás nesta sua decisão que descredibiliza a política e afasta os cidadãos, a bem da transparência e da salvaguarda do interesse público", apela.

Também hoje, o líder do PSD, Rui Rio, demarcou-se do primeiro-ministro e do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e Fernando Medina, por integrarem a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.

"O futebol é acima de tudo emoção e a política acima de tudo tem de ser racionalidade", defendeu Rui Rio, questionado sobre o assunto pelos jornalistas, em Coimbra.

Para Rio, a ação política "não deve ser ditada por imperativos de ordem emocional ou de simpatia clubística".

Por seu turno, em Almada, e na mesma linha, a coordenadora do Bloco de Esquerda criticou António Costa, defendendo que "não pode existir cumplicidade entre a política e os negócios".

"Saber hoje que o primeiro-ministro acha normal fazer parte de uma comissão de honra de alguém que é dos maiores devedores do Novo Banco, e que está implicado no problema do BES (Banco Espírito Santo) não fica bem", afirmou Catarina Martins.

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