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Notas falsas de rede desmantelada pela PJ ainda circulam

09 de setembro de 2019 às 14:32

O líder do grupo criminoso era um cidadão português residente na Colômbia. Cinco detidos ficaram em prisão preventiva.

APolícia Judiciária (PJ)desmantelou uma das maiores redes de contrafação de moeda da Europa, numa operação em que foram detidas cinco pessoas e apreendidas mais de 1.800 notas falsas de 50 e de 10 euros.

Esta manhã, em conferência de imprensa, a PJ alertou que ainda estão a circular várias centenas de notas falsas, mesmo após o desmantelamento da segunda maior rede de contrafação de moeda no espaço europeu com a apreensão de mais de 1,3 milhões de euros.

Na operação "Deep Money" foi desmantelada a segunda maior rede de contrafação de moeda da Europa com comercialização de notas através da 'darknet', apreendidas mais de 26 mil notas no espaço europeu e detidas cinco pessoas.

O coordenador Luís Ribeiro, da Unidade Nacional de Combate, explicou que a rede foi formada no início de 2017 e que desde aí produziu milhares de notas de euros falsas "com muito boa qualidade", tendo a maquinaria apreendida sendo encontrada em casas. "Apesar da apreensão de milhares de notas contrafeitas, é muito comum que nos próximos meses ainda haja a circular algumas notas que vão sendo apreendidas", afirmou.

A comercialização das notas fazia-se através da 'darknet' e os criminosos conseguiam entre 20 a 25% de lucro, isto é, 100 mil euros eram vendidos por 20 ou 25 mil euros.

No início de julho e durante várias buscas foram apreendidas em Portugal cerca de cinco mil notas falsas de euro, no valor aproximado de 250 mil euros, e "diversos objetos relacionados com a produção das notas, nomeadamente computadores, impressoras, papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas autoadesivas, tintas ultravioleta e tinteiros".

"As notas eram publicitadas e comercializadas através da 'darknet' e recebidas as encomendas por essa via ou através de algumas aplicações móveis e posteriormente o presumível cabecilha remetia essa informação aos elementos do grupo que encontravam em Portugal que por sua vez produziam as notas e enviavam por correio", explicou o polícia.

Luís Ribeiro destacou a qualidade das notas, sendo consideradas "unanimemente pelos vários compradores que frequentam a ´darknet´ como as melhores".

As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal e globalmente desde janeiro de 2017 foram apreendidas notas com valor superior de 1,3 milhões de euros.

Detidas cinco pessoas em operação Dark Money
Em comunicado, a PJ explica que, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e com a colaboração da EUROPOL, desmantelou a rede de contrafação de moeda falsa, comercializada através da designada 'darknet', numa operação que envolveu oito buscas, domiciliárias e não domiciliárias.

Foram apreendidas na operação 'Deep Money' 1.833 notas falsas (1.290 notas de 50Euro e 543 de 10Euro), num total de 69.930,00Euro, bem como "diversos objetos relacionados com a produção das notas, nomeadamente computadores, impressoras, papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas autoadesivas, tintas ultravioleta e tinteiros".

Foram detidas cinco pessoas, três homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 26 e os 63 anos, pelos crimes de contrafação de moeda e associação criminosa. O líder do grupo criminoso era um cidadão português residente na Colômbia, que foi detido no âmbito de um mandado de detenção Internacional.

Os cinco detidos ficaram em prisão preventiva.

"Esta rede criminosa encontrava-se a operar desde, pelo menos, o início de 2017, tendo sido responsável pela produção de mais de 26 mil notas, maioritariamente de Euro 50", refere a PJ.

Esta operação contou com a participação de outras unidades da Polícia Judiciária, designadamente da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica e do Laboratório de Polícia Científica.

As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal, atingindo um valor superior a 1 milhão e 300 mil euros.

"As notas falsas eram publicitadas num dos principais mercados da darknet, sendo as encomendas recebidas tanto através de mensagens privadas no referido mercado, como através de plataformas de conversação encriptadas", refere a PJ no comunicado, acrescentando que, posteriormente, após o pagamento, em regra efetuado através de moeda virtual, "as notas eram enviadas por via postal, a partir de Portugal, local onde se encontravam a ser produzidas".

"A elevada qualidade das notas produzidas por esta rede criminosa era reconhecida por todos os compradores, assente na utilização de papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas autoadesivas, tintas ultravioleta, marca de água e talhe doce", explica.

O presumível líder deste grupo criminoso, um cidadão português residente na Colômbia desde meados de 2018 e com antecedentes por crimes diversos, foi detido nesse país no âmbito de um Mandado de Detenção Internacional emitido pelas autoridades portuguesas, na sequência de estreita colaboração com as autoridades colombianas.

"Nos últimos dias, as autoridades colombianas procederam à sua expulsão do país, tendo sido detido pela Policia Judiciária, já em território nacional", acrescenta a PJ.

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