Secções
Entrar

Negligência motiva quase 70% dos acolhimentos de crianças e jovens em 2024

Lusa 16 de setembro de 2025 às 18:44

Houve 850 situações de crianças e jovens abandonados ou entregues a si próprios, 479 casos de violência doméstica, 548 por maus-tratos físicos ou 313 casos de abusos sexuais, entre outras situações.

A negligência foi o principal motivo para que crianças e jovens precisassem ser acolhidos no sistema de promoção e proteção em 2024, representando quase 70% das situações de perigo, segundo o relatório do Instituto da Segurança Social.
México: Polícia resgata 458 crianças abusadas Sábado
De acordo com os dados do relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens (CASA) 2024, entregue na semana passada na Assembleia da República, foram identificadas 13.850 situações de perigo sobre as 11.680 crianças e jovens que no ano passado foram retiradas à família biológica e colocadas no sistema de promoção e proteção. "Tal como nos anos anteriores, destacaram-se, de forma clara, as situações de negligência, como as que mais peso tiveram na decisão de acolhimento", lê-se no relatório, segundo o qual houve 9.434 casos de negligência. Houve também 850 situações de crianças e jovens abandonados ou entregues a si próprios, 479 casos de violência doméstica, 548 por maus-tratos físicos ou 313 casos de abusos sexuais, entre outras situações. "As situações de negligência assumem diversas tipologias, sendo as mais frequentes a falta de supervisão e de acompanhamento familiar (31,4%), seguidas da exposição a modelos parentais desviantes (17,4%), fraca valorização a nível da educação (16,5%) e da saúde (16,1%)", refere o CASA 2024. Acrescenta que a negligência ao nível da educação foi mais identificada em raparigas, enquanto nos rapazes foi a negligência ao nível da saúde e que a faixa etária dos 12 aos 17 anos foi a mais referenciada nas diferentes tipologias de negligência. Relativamente aos maus-tratos físicos, o relatório sublinha que este motivo tem "fraca expressividade como fundamento das situações de acolhimento (4,3%)" e que "foi a partir dos 12 anos onde mais se destacou este tipo de situação de perigo". "Por mau trato físico entende-se toda e qualquer ofensa física infligida à criança ou jovem através do recurso a força física, de forma intencional, não acidental, a ponto de lhe provocar dano físico, deixando ou não marcas evidentes", esclarece. Já sobre os abusos sexuais, o relatório aponta que os casos são residuais entre os diversos tipos de situações de perigo caracterizados (2,3%), com destaque para casos de exposição, verbal e física, a linguagem ou comportamentos de cariz sexual (60,4 %), com evidente predomínio no sexo feminino (72,8%) e na faixa etária dos 12 aos 17 anos. "Importa referir que 117 destas crianças e jovens caracterizadas nesta tipologia, foram vítimas de violação ou outro ato sexual (37,6%), e a maioria era do sexo feminino e tinha mais de 12 anos", lê-se no relatório.
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela