Morte de bebé. Reino do Pineal recorda que não foi acusado de violar quaisquer leis
Seita inserida em Oliveira do Hospital emitiu um comunicado depois de o Ministério Público ter aberto uma investigação à morte de um bebé em março de 2022.
"Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer ao povo de Portugal por nos ter acolhido nesta terra". Foi assim que a seita instalada na aldeia de Seixo da Beira começou uma carta enviada às redações onde dá explicações sobre os seus objetivos e modos de vida. O texto surge depois de a Polícia Judiciária tercomeçado a investigar a morte de um bebé com cerca de 14 meses no Reino do Pineal, ainda que o grupo nunca faça referência direta ao incidente.
No texto a comunidade diz-se grata com o facto de a constituição portuguesa permitir legalmente o exercício daquilo que chamam ser "direitos de auto-determinação". Referem que não pertencem a qualquer movimento político, não representam uma "ameaça para a República de Portugal" ou para qualquer cidadão e não têm como missão impôr as suas crenças a outros.
Caracterizam-se como "nómadas viajantes com uma vocação espiritual" que escolheram "restaurar, proteger e preservar os modos de vida orgânicos, naturais, espirituais, culturais e indígenas".
"Estamos aqui a viver em paz, cuidando respeitosamente da terra que atualmente habitamos até ao momento em que encontrarmos e estabelecermos uma casa permanente, talvez uma ilha (…) Quando chegar a altura, seguiremos em frente. Entretanto, tencionamos continuar a viver em confiança, de forma legal e pacífica, cuidando da terra onde estamos atualmente instalados", pode ler-se no documento.
A Câmara Municipal de Coimbra já tinha feito várias denuncias sobre esta comunidade, tanto à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e consequentemente ao Ministério Público. Porém, a presença de mais crianças na comunidade está a gerar preocupação junto das autoridades uma vez que se suspeita que as mesmas não tenham acesso a cuidados de saúde, educação e cidadania.
No texto, o Reino do Pineal - cuja existência foi revelada num artigo da revistaVisão- recorda que não foi formalmente acusado de violar quaisquer leis, dizendo ter respeitado sempre os "costumes de Portugal", pelo que pedem respeito pela privacidade em prol da "saúde e da segurança das nossas mulheres e crianças da nossa comunidade".
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