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Matos Correia acusa Mortágua e Centeno de mentir sobre a CGD

25 de janeiro de 2019 às 09:49

"Nunca imaginei que o nível de mentira que ouvi no Parlamento atingisse aquilo que atingiu hoje", acusou o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à CGD de 2016.


José Matos Correia, que presidiu à primeira Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD),acusaMariana MortáguaeMário Centenode terem mentido durante o debate parlamentar sobre a CGD.

"Nunca imaginei que o nível de mentira que ouvi noParlamentoatingisse aquilo que atingiu hoje. Ouvi um conjunto de colegas meus a mentir sabendo que estavam a mentir apenas para branquearem a sua posição", lamentou em entrevista à TSF, referindo-se ao debate no Parlamento ocorrido esta quinta-feira, dia 24.

Sobre Mariana Mortágua, o social-democrata considera que "tentou salvaguardar a posição do BE, quando o BE capitaneou ou esteve, pelo menos no mesmo plano do PS desde o início da comissão parlamentar de inquérito, a bloquear o funcionamento da comissão parlamentar de inquérito".

"O PS foi hoje dizer, como diz sempre, que o verdadeiro objetivo da direita era a privatização da Caixa. Mentira! E eles sabem que é mentira", acusou, referindo-se a Mário Centeno.

Matos Correia acabou por se demitir da Comissão de Inquérito à CGD em Fevereiro de 2017. "Foi-se percebendo que havia, de facto, um interesse em acabar com a Comissão Parlamentar de Inquérito o mais depressa possível", explica. "Fiquei muito mal impressionado com a CPI a que presidi. Foi a primeira e será a última. Assisti, em direto, ao suicídio do BE e do PCP. O problema na CPI foi não criar ruturas na geringonça."

Contudo, o antigo secretário-geral do PSD frisa que "os contribuintes têm o direito de saber o que aconteceu e como aconteceu".

Pelo menos 17 gestores referidos na auditoria preliminar estão ligados à banca
Dos sucessivos órgãos sociais da Caixa Geral de Depósitos (CGD) referidos na versão da auditoria da EY a que a Lusa teve acesso, há pelo menos 17 gestores que continuam ligados à banca.

Segundo um levantamento, efetuado pela Lusa, vários dos gestores que estavam em cargos de topo no período analisado pela auditoria (2000 a 2015), durante as decisões de concessão de crédito que originaram perdas de quase três mil milhões de euros para o banco público, continuam no setor e alguns mantêm-se mesmo na CGD.

É o caso de José Lourenço Soares, que continua a ser secretário da mesa da assembleia-geral do banco, cargo que já ocupa há vários anos. Também Maria João Carioca ocupa o cargo de vogal do Conselho de Administração liderado por Rui Vilar e da Comissão Executiva, de Paulo Macedo. Esta responsável, que chegou a ser presidente da Euronext, assumiu o cargo em 2017.

António Tomás Correia, que recentemente venceu as eleições para continuar à frente dos destinos da Associação Mutualista Montepio, foi também administrador da CGD entre 2000 e 2002.

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