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Manuel Alegre e João Soares opõem-se contra Bolsonaro

10 de outubro de 2018 às 14:47

Manuel Alegre e João Soares pediram ao antigo Presidente brasileiro Fernando Henriques Cardoso que defenda a democracia brasileira contra o candidato presidencial Jair Bolsonaro.

Os socialistas Manuel Alegre e João Soares pediram esta quarta-feira ao antigo Presidente brasileiro Fernando Henriques Cardoso que defenda a democracia brasileira contra o candidato presidencial Jair Bolsonaro, que apelidam de "fascista".

Na carta, a que a Lusa teve acesso, o deputado João Soares e o ex-deputado e antigo candidato presidencial Manuel Alegre lembram a Fernando Henriques Cardoso "a atitude de Álvaro Cunhal e do Partido Comunista Português na segunda volta da eleição presidencial de 1986" em Portugal, nas quais, "apesar das sérias divergências então existentes entre socialistas e comunistas", decidiu convocar "um congresso extraordinário do seu partido com um único objetivo: mobilizar o eleitorado comunista para derrotar o candidato da direita, Freitas do Amaral".

Os socialistas, próximos de Mário Soares que era amigo pessoal de Fernando Henrique Cardoso, vincam que "não há qualquer comparação entre o centrista democrata-cristão Freitas do Amaral e o fascista Jair Bolsonaro", e salientam que "em momentos de escolhas decisivas não se pode deixar de tomar partido".

Por isso, concluem: "com todo o respeito pelo percurso democrático do presidente Fernando Henrique Cardoso, vimos pedir-lhe uma palavra contra Bolsonaro e pela defesa da democracia no Brasil".

Histórico do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e antigo Presidente, Fernando Henrique Cardoso ainda não se anunciou quem apoia na segunda volta das presidenciais, depois de o candidato da sua formação, Geraldo Alckmin, ter ficado em quarto lugar.

A única tomada de posição pública que fez foi um desmentido sobre um eventual apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores (esquerda), Fernando Haddad.

"As redes divulgam que apoiarei Haddad. Mentira: nem o PT nem Bolsonaro explicitaram compromisso com o que creio. Por que haveria de me pronunciar sobre candidaturas que ou são contra ou não se definem sobre temas que prezo para o país e o povo?", escreveu Fernando Henrique Cardoso na plataforma Twitter.

Um dos principais nomes do PDSB, João Dória (que disputa o governo de São Paulo), já anunciou apoio a Bolsonaro.

Por seu turno, Alckmin também recusou qualquer apoio formal do partido a qualquer um dos candidatos que passaram à segunda volta.

"Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes", anunciou Alckmin após uma reunião da direção nacional do partido, em Brasília.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL) alcançou 46% dos votos válidos na primeira volta das eleições deste domingo e enfrentará no próximo dia 28 de outubro o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) Fernando Haddad, que conquistou 29% da preferência dos brasileiros.

Bolsonaro, um polémico capitão na reserva, ganhou vantagem na corrida presidencial, apesar das manifestações contra si, que levaram milhares de brasileiros às ruas em protesto, principalmente mulheres e representantes das minorias, na véspera das eleições.

Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) irão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras no dia 28 deste mês, após terem obtido 46% e 29% dos votos, respetivamente.

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