Secções
Entrar

Mais de 20 milhões de euros para concursos de apoio ao cinema e às artes

12 de abril de 2017 às 21:07

O cinema e as artes vão receber mais de 20 milhões de euros

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, anunciou hoje uma verba de mais de 20 milhões de euros para os concursos de apoio ao cinema e às artes, a serem lançados "nas próximas semanas". 

"Serão lançados nas próximas semanas os concursos para cinema e apoio às artes num valor 20 milhões de euros", afirmou o ministro, durante a audição parlamentar na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, adiantando, que, no âmbito do trabalho desenvolvido com os agentes culturais, o Governo já se reuniu com 500 entidades. 

Os 20 milhões de euros desdobram-se em cerca de 18 milhões para o cinema, um valor semelhante ao do ano passado, e 2,5 milhões de euros para as artes, especificou o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, que participou na audição. 

O ministério foi confrontado pelos deputados com os atrasos - ou com o "arrastar" - do quadro transitório de apoio às artes e a definição dos mecanismos de escolha dos júris dos concursos para o cinema. 

O secretário de Estado refutou as acusações de existência de atrasos, alegando que o processo está decorrer dentro dos prazos previstos. 

"O quadro transitório dura o período que sempre dissemos que duraria. Iniciou-se no final do ano passado com todos os apoios que conseguimos alocar. O primeiro semestre deste ano é o período de construção de apoio às artes, para que, no segundo semestre, haja a abertura das primeiras linhas concursais e, em 2018, se possa iniciar uma relação estável com os agentes culturais e as artes. Tudo o que perspetivámos, está a acontecer", afirmou. 

Miguel Honrado especificou que, desde o último trimestre de 2016, quando o Governo começou a revisão do modelo de apoio às artes, sempre foi dito que esta "deveria estar cumprida" este ano, e que o quadro vigente poderia avançar nos concursos de 2017. 

"Também dissemos que se essa revisão não estivesse concluída, avançaríamos com o quadro vigente. É o que estamos a fazer. Vamos iniciar mais um ano de concurso. Nas próximos semanas serão lançadas as linhas concursais sob o quadro legal vigente. Quando terminar o debate com o meio, será estabelecido um novo quadro legal decorrente da revisão do decreto-lei", acrescentou. 

O secretário de Estado justificou a impossibilidade de terminar essa revisão com os "diferentes pontos de vista que o próprio setor tem". 

"O apoio às artes e ao cinema é um processo complexo, mas conseguido. Queremos iniciar o processo de renovação, não paralisando o setor, mas dando-lhe toda a estabilidade". 

A este propósito recordou que é o novo modelo de apoio às artes, lançado em articulação com quadro o transitório, que permite que sejam alocados 2,5 milhões de euros para apoio às artes. 

Referindo-se concretamente ao cinema, Miguel Honrado afirmou que, além dos incentivos fiscais, foi iniciado um processo de diálogo com o setor e que vão ser lançadas as novas linhas concursais de 2017, com valores semelhantes aos do ano passado. 

A questão da escolha dos membros dos júris para os concursos de apoio financeiro ao cinema mais não é do que uma oposição, que é "artificial", entre o cinema de autor e independente e o cinema 'mainstream' e do grande publico, considerou o secretário de Estado. 

Miguel Honrado lembrou que estas duas correntes se materializam em diferentes perspetivas dos mecanismos de escolha dos júris: através do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e da Secção Especializada de Cinema e Audiovisual (SECA), do Conselho Nacional de Cultura.

"Há uma parte de agentes que apoia a solução da SECA, em que os júris são escolhidos através desse mecanismo, e há outros agentes mais ligados ao cinema independente e de autor, que refuta esse mecanismo e entende que o ICA deve ser o único organismo a designar os júris", afirmou. 

Nesse sentido, o governante afirmou que a tutela está a "tentar resolver com os operadores de cinema este diferendo". 

"Temos um plano estratégico para o cinema de 2013, a forma como se seleciona os júris para seleção de candidaturas deve estar contextualizado com o que deve ser o planeamento estratégico para o cinema, que deve ser renovado", disse.

Miguel Honrado destacou que "o cinema português tem tido, nos últimos anos, uma diversidade de produção muito importante e muito maior do que em anos anteriores a este modelo de financiamento", e que "exemplo disso é o cinema de autor presente de forma eloquente nos grandes momentos e nos palcos internacionais".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela