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Legislativas: Montenegro fala de “influência partidária” na greve da CP e admite alterações à lei

Lusa 08 de maio de 2025 às 12:27

"A minha convicção e a convicção dos membros do Governo que intervieram nesse processo é de que, claramente, as influências políticas e partidárias e eleitorais acabaram por não evitar aquilo que era o desfecho normal de um processo de negociação", afirmou o primeiro-ministro.

O presidente do PSD considerou esta quinta-feira que existiram "influências políticas, partidárias e eleitorais" que não permitiram evitar a greve da CP e defendeu que pode ser necessário alterar a lei para equilibrar o direito è greve com outros direitos.

Em declarações aos jornalistas, durante de uma iniciativa de campanha na Figueira da Foz, Coimbra, o também primeiro-ministro comentou a greve na CP, que já vai no segundo dia sem serviços mínimos, e considerou-a "absolutamente injusta", dizendo que o executivo "fez tudo para a evitar".

"A minha convicção e a convicção dos membros do Governo que intervieram nesse processo é de que, claramente, as influências políticas e partidárias e eleitorais acabaram por não evitar aquilo que era o desfecho normal de um processo de negociação", disse.

No entanto, Montenegro avisou que o Governo não irá negociar sob pressão a dez dias das eleições – até por ser um executivo de gestão – e deixou um alerta para o futuro.

"Esta é uma greve absolutamente injusta, por mais razão sindical e laboral que pudesse existir a quem está a fazer a greve, entre os efeitos da greve, o prejuízo que é causado à vida das pessoas e à vida do país. Há uma desproporção enorme e, francamente, nós um dia vamos ter de pôr cobro a isto", avisou.

Questionado sobre que alterações defende em concreto, Montenegro sublinhou que "o direito à greve não está em causa", falando "num mecanismo" que possa equilibrar os efeitos das greves com o prejuízo na vida da pessoas.

"Eu acho que nós devemos conciliar o direito à greve com o exercício dos outros direitos das pessoas. O direito à greve não pode ter uma prevalência tal que o país para, literalmente", afirmou.

E acrescentou: "Há uma desproporção, eu não quero comprimir o direito à greve. O que eu não quero é que esse direito tenha uma lesão tão significativa de outros direitos e é preciso termos um regime que seja proporcional. Acho que as portuguesas e os portugueses compreendem muito bem isto", afirmou.

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