Secções
Entrar

Fenprof faz espera a ministro da Educação contra projeto do Governo sobre carreiras

03 de abril de 2019 às 15:47

Duas dezenas de sindicalistas, acompanhados pelo secretário geral da Fenprof, Mário Nogueira, esperaram por Tiago Brandão Rodrigues na chegada a uma "iniciativa de propaganda" numa escola e jardim de infância na Amadora.

AFederação Nacional dos Professoresqueixou-se esta quarta-feira de mais de 50 mil professores terem sido ultrapassados na carreira por colegas com menos tempo de serviço, afirmando que o ministro da Educação na verdade não existe.

Uma delegação de cerca de duas dezenas de sindicalistas, com o secretário geral da Fenprof,Mário Nogueira, à cabeça, esperava hojeTiago Brandão Rodriguesà chegada ao que consideraram uma "iniciativa de propaganda" feita de forma pouco transparente numa escola e jardim de infância na Amadora, distrito de Lisboa, sobre segurança rodoviária.

Em declarações aos jornalistas, Mário Nogueira afirmou que "as ultrapassagens estão a inquinar" a vida das escolas, com "56 mil professores ultrapassados na sua carreira por colegas com menor antiguidade".

Questionado pelos jornalistas no interior da EB1/JI/Creche Aprígio Gomes, Tiago Brandão Rodrigues afirmou que a presença dos sindicalistas em protesto é como "o trânsito do dia a dia".

"Tem que se respeitar e conhecer os limites, conhecendo os limites uns dos outros", afirmou.

Sobre a discussão na Assembleia da República do decreto do Governo que conta o tempo de carreira dos professores mas não lhes devolve os mais de nove anos que exigem, o ministro afirmou que está nas mãos do "livre arbítrio dos grupos parlamentares em articulação com as organizações sindicais".

Mário Nogueira criticou o decreto, que "rouba seis anos e meio" ao tempo em que as carreiras estiveram congeladas e "permite que professores passem à frente uns dos outros".

O dirigente da Fenprof afirmou que vão continuar a enfrentar Brandão Rodrigues "até haver um ministro para a Educação, portanto vai ser até ao fim do mandato".

Afirmou que "iniciativas de propaganda" como a de hoje são divulgadas entre o corpo docente só na véspera de acontecerem, mas entretanto, os professores encarregados das "pecinhas e das canções para o senhor ministro ouvir" têm que as preparar e assinar um "termo de responsabilidade" em que se comprometem a não falar delas antes de serem anunciadas.

Tiago Brandão Rodrigues ouviu algumas palavras de ordem dos sindicalistas, que gritavam "um ministro da Educação é que era a solução" e "quem não sabe respeitar não merece governar", mas só se cruzou com o grupo quando passou de carro.

"Falei com os professores que estavam aqui dentro. Com as organizações sindicais, falo no sítio certo, aliás, temos falado muitas vezes", disse o ministro antes de sair da Aprígio Gomes.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela