Secções
Entrar

Ex-segurança do Urban Beach admitiu ter atacado vítima com os pés

21 de maio de 2019 às 22:22

Um dos arguidos confirmou ter saltado com as pernas sobre o peito de um dos dois jovens agredidos junto à discoteca lisboeta em novembro de 2017.

Um dos três ex-seguranças acusados de tentativa de homicídio de dois homens, junto à discoteca Urban Beach, admitiu esta terça-feira em tribunal ter atingido e ferido uma das vítimas com os pés no peito, afirmando ter sido um ato irrefletido.

Na sessão desta terça-feira do julgamento, que decorre no Tribunal Central Criminal de Lisboa, um dos arguidos, que prestou declarações pela primeira vez em julgamento, confirmou ter saltado com as pernas fletidas sobre um dos dois jovens agredidos na madrugada do 1 de novembro de 2017.

De acordo com este arguido, o homem possuía um x-ato numa das mãos, que poderia "constituir perigo" para si. O ex-segurança disse que saltou para lhe retirar o objeto das mãos, assegurando que não o queria magoar.

"O meu primeiro e único pensamento foi tirar-lhe aquilo da mão. Naquele momento foi o que eu pensei ser o mais correto [saltar com as pernas fletidas em direção ao peito]. Não queria magoar. Se quisesse agredir, continuava a bater", referiu o arguido, esclarecendo que "estava ciente que não lhe iria atingir a cabeça".

O antigo segurança assegurou ainda que a ideia inicial era atingir os braços da vítima, com a intenção de lhe retirar o x-ato, sem colocar as mãos, para não ser atingido.

"A minha pretensão inicial foi única e exclusivamente atingir-lhe os braços. O intuito era retirar um x-ato. O motivo por que saltei com os dois pés foi porque não queria pôr as mãos", disse, reconhecendo "que não foi a melhor abordagem".

Na sessão, o arguido garantiu ainda que a vítima tinha as mãos junto ao peito e protegeu a cabeça aquando da agressão, afirmando que o x-ato estava fechado, mas que poderia ser perigoso, caso fosse aberto. "Não consigo justificar um ato de irreflexão que tive naquela altura", salientou.

O julgamento prossegue na manhã 28 de maio, no Juiz 6, do Campus de Justiça, em Lisboa, onde o terceiro arguido irá falar pela primeira vez em julgamento e, se houver tempo, iniciar-se-ão as alegações finais. Caso as alegações finais não fiquem concluídas nesse dia, as mesmas prosseguem na manhã de 11 de junho.

Os arguidos, com 31, 38 e 40 anos, ex-funcionários da empresa que prestava serviço de segurança na discoteca, estão acusados pelo Ministério Público (MP) de tentativa de homicídio de dois homens, agredidos com violência.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela