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Empresa que vendeu três milhões de máscaras à DGS garante que certificado é verdadeiro e válido

18 de maio de 2020 às 18:50

Quilaban, empresa controlada por João Cordeiro, antigo presidente da ANF – Associação Nacional das Farmácias, reagiu a notícia que avançava que os equipamentos de proteção individual não cumpriam as normas todas.

A empresa Quilaban, que vendeu três milhões de máscaras à Direção-Geral de Saúde (DGS), assegurou, esta segunda-feira, que "a certificação apresentada era verdadeira e válida e continuou verdadeira e válida através de um novo certificado".

No domingo, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que as máscaras vendidas à DGS não tinham sido distribuídas nem pagas, esperando clarificar a situação no início da semana. A resposta do governante surgiu depois de o jornal Público ter publicado um artigo com o titulo "Três milhões de máscaras compradas com certificado falso".

A Quilaban esclarece hoje, num comunicado enviado à agência Lusa, que "a conformidade da qualidade das máscaras FF92 /KN95 é assegurada, não só por esta [nova] certificação, como também pelos testes realizados à produção da Gansu pelo Guandong Testing Institute of Product Quality Supervision ao abrigo da norma Chinesa GB 2626-2006, de resto considerada como equivalente à norma Europeia no âmbito do Decreto-Lei nº 14-E/2020, de 13 de abril".

A empresa explica todo o processo, referindo que a adjudicação dos três milhões de respiradores FF92 /KN95 à Quilaban ocorreu em 07 de abril de 2020 e a sua produção foi concluída a 21 de abril de 2020, período coberto pelo novo certificado ICR Polska/CE/V/01RE473, e que entre a adjudicação e a data de produção dos produtos decorreram 14 dias.

"Para satisfazer o contrato de fornecimento à DGS, por ajuste direto dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, de três milhões de máscaras FF92 /KN95, a Quilaban recorreu à produção da Gansu Changee Bio-pharmaceutical (Gansu), explica.

Adianta que a Gansu é uma subsidiária da empresa Shenzhen Hanyu Pharmaceutical Co. Ltd, que desenvolve as suas atividades nas áreas da pesquisa, desenvolvimento, produção e venda de medicamentos e equipamento médico, para as quais se encontra certificada na China.

"Para além da certificação da sua produção de acordo com os normativos locais e de recorrer ao Guangdong Testing Institute of Product Quality Supervision, que certifica os seus produtos de acordo com a norma GB2626-2006, a Gansu recorreu ainda aos serviços da ICR Polska para a certificação voluntária dos mesmos, no âmbito da qual foi emitido o certificado com o número ICR Polska/P63030032 em 16 de março de 2020, com validade até 15 de março de 2025", garante.

"A ICR Polska veio a informar no seu 'site' que, devido ao surgimento de certificados inválidos e falsos e por forma a assegurar a adequada evidência quanto ao âmbito e condições de certificação, decidiu proceder ao cancelamento de certificados emitidos entre 01 e 26 de março de 2020 e à reemissão de novos certificados, com um novo layout e novos número de identificação", afirma.

A Quilaban refere que questionou hoje a Gansu "relativamente à menção de invalidade do certificado inicial no 'site' da ICR" e que esta "prontamente esclareceu quanto à sua substituição pelo novo certificado", do qual lhes enviou cópia.

Após esta explicação, a Quilaban "assegura assim a veracidade e validade dos certificados apresentados, bem como a qualidade dos produtos fornecidos, reafirmando o seu compromisso com a segurança dos utilizadores".

Em Portugal, morreram 1.231 pessoas das 29.209 confirmadas como infetadas, e há 6.430 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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