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Elevador da Glória. Moedas diz que Alexandra Leitão utiliza tragédia como "tábua de salvação" nas eleições

Lusa 05 de outubro de 2025 às 12:04

Questionado sobre o que diria se se cruzasse com Alexandra Leitão, Carlos Moedas começou por dizer que cumprimenta "sempre muito bem" a sua principal adversária nestas eleições e assinalou as divergências políticas.

O recandidato à presidência da Câmara de Lisboa pela coligação PSD/CDS-PP/IL, Carlos Moedas, acusou este domingo a candidatura encabeçada pela socialista Alexandra Leitão de utilizar a tragédia do elevador da Glória como "tábua de salvação" para as eleições autárquicas.
Carlos Moedas tem recusado pedir demissão MIGUEL A. LOPES/LUSA_EPA
"Mais uma vez, o Partido Socialista, por não ter nenhum tema, agarra-se como tábua de salvação àquilo que é uma tragédia. Eu acho que isso não deveria existir hoje na política. Eu não faço política assim, nunca o fiz. Fiz sempre política com os partidos, mas acima dos partidos, com as pessoas. Não consigo perceber como um partido democrático da nossa democracia utiliza uma tragédia como tábua de salvação para umas eleições", afirmou o social-democrata Carlos Moedas. O atual presidente da Câmara de Lisboa e recandidato ao cargo nas eleições autárquicas de dia 12, falou aos jornalistas no meio de uma ação de campanha na Feira das Galinheiras, por onde também passou este domingo a candidata Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), mas sem se cruzarem. Questionado sobre o que diria se se cruzasse com Alexandra Leitão, depois de no sábado a socialista o ter acusado de mentir sobre o acidente com o elevador da Glória e ter considerado que não tem "postura" nem "o nível que é preciso ter" para o cargo de presidente da Câmara, Carlos Moedas começou por dizer que cumprimenta "sempre muito bem" a sua principal adversária nestas eleições e assinalou as divergências políticas. A resposta prosseguiu para uma nova troca de acusações, com o recandidato de PSD/CDS-PP/IL a voltar a acusar a candidata de PS/Livre/BE/PAN de utilizar a tragédia "politicamente ou partidariamente", considerando que é "muito feio" e "algo grave", e que "os partidos não deveriam fazer por respeito a todas as vítimas". O descarrilamento do elevador da Glória, sob gestão da empresa municipal Carris, ocorreu no dia 03 setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades. Uma reportagem da RTP, emitida na sexta-feira - dia em que fez um mês da tragédia do elevador da Glória -, apresentou dois testemunhos de familiares das vítimas mortais e sobreviventes do acidente que relataram que nunca foram contactados pela Câmara de Lisboa, nem pela Carris. Sobre as queixas de vítimas e familiares quanto à ausência de contacto, Carlos Moedas sublinhou que "isso não é verdade" e reforçou que "todas as pessoas foram contactadas", recusando falar em casos particulares. "Pelo respeito e privacidade não vou aqui contar todos os contactos. Aliás, uma dessas pessoas até o filho veio de Cabo Verde, [...] pagámos a viagem para que essa pessoa tivesse cá o filho, portanto, tudo isso é feito, mas eu não acho que deva falar disso publicamente", expôs. Rejeitando a "politização" da tragédia, o autarca do PSD declarou: "Sou superior a isso, mas há uma coisa que lhe digo: A Câmara não falhou e não vai falhar, isso tenho a certeza". O social-democrata frisou que a socialista Alexandra Leitão "está, obviamente, a politizar o caso", reforçando que enquanto presidente da Câmara de Lisboa esteve presente na resposta ao acidente "desde o primeiro minuto", inclusive no contacto com as vítimas e familiares, indicando que "mesmo no meio da campanha" continua a dar esse apoio. "As pessoas sabem que têm essa disponibilidade do presidente da Câmara, da equipa do presidente da Câmara, da Carris, porque estamos realmente abertos e estamos a resolver os problemas". Quanto à resposta perante os testemunhos relatados na reportagem da RTP sobre a falta de contacto, Carlos Moedas respondeu que "essas diligências foram sempre tomadas", frisando que a Câmara e Carris "estiveram sempre a contactar todas as pessoas". "Nós conhecemos os casos. Eu estive em todos os velórios, estive em todos os atos possíveis, estive sempre com as pessoas e ao lado das pessoas, de todas, [...] mas eu não vou passar a casos particulares por respeito às pessoas, por respeito àquilo que é uma tragédia tão grande para Lisboa", declarou.
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