Deputados eleitos pela emigração entre a "polémica estéril" e a "deselegância"
Paulo Pisco, deputado socialista eleito pela emigração, classificou de "estéril" a polémica sobre a constituição do Governo antes do conhecimento dos votos dos emigrantes, situação que o social-democrata José Cesário classifica de "deselegante".
O deputado socialista Paulo Pisco, eleito pela emigração, classificou esta quinta-feira de "estéril" a polémica sobre a constituição doGovernoantes do conhecimento dos votos dos emigrantes, situação que o deputado social-democrata José Cesário classifica de "deselegante".
"Esta polémica é estéril. Os resultados eleitorais dão uma maioria confortável ao Governo doPS. A partir do momento em que o primeiro-ministro é indigitado, isso significa que não há qualquer problema", disse à agência Lusa Paulo Pisco, eleito deputado pelos votos dos emigrantes.
Paulo Piscoconsidera que "os resultados da emigração não iriam trazer nenhuma alteração à aritmética" do parlamento.
Sobre os resultados - votaram 158.252 mil eleitores, o que representa uma taxa de participação de 10,79% - que elegeram Paulo Pisco e Paulo Porto Fernandes (PS), e José Cesário e Carlos Gonçalves (PSD), o socialista disse que não ficou surpreso.
"Foi feito um trabalho extraordinário, de grande convergência de vontades. Esperávamos um excelente resultado e isso foi o que aconteceu", adiantou.
Para Paulo Pisco, trata-se de "um resultado histórico, de que nos orgulhamos e que só se justifica pela qualidade pelas políticas desenvolvidas junto das comunidades".
Sobre a elevada taxa de abstenção, de quase 90%, Paulo Pisco acha que "era expectável", enaltecendo a "quintuplicação dos votantes".
"Votaram mais 130 mil pessoas. O que não se pode dizer é que o governo não criou uma medida para aumentar a participação", adiantou.
O social-democrata José Cesário tem outra leitura, considerando que o anúncio da formação do Governo antes do conhecimento dos votos dos emigrantes foi de "uma deselegância enorme".
"Podiam ter esperado um dia e ter anunciado a composição do Governo após o conhecimento dos votos. Porque o Governo emana da Assembleia da República e esta ainda não estava constituída", afirmou.
Em relação à participação dos emigrantes portugueses neste ato eleitoral, defendeu uma reavaliação do número de deputados eleitos, lembrando que há distritos com este nível de participação, mas com maior número de deputados no parlamento.
Questionado sobre o impacto que o anúncio do Governo antes dos votos dos emigrantes serem conhecidos poderá ter nas próximas eleições, José Cesário disse esperar que não tenha reflexos, embora reconheça que "há muita gente incomodada".
"Há muita gente desconfortável. Dezenas de pessoas mandaram-me mensagens revelando o incómodo em relação a isso. Espero que o tempo ajude a ultrapassar esta questão", frisou.
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