PGR instaura inquérito sobre surto de Mora
A investigação é dirigida pelo Ministério Público do DIAP de Évora. Na vila, há pelo menos 54 pessoas infetadas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito relacionado com o surto de Covid-19 na vila de Mora, Alentejo. "Foi instaurado inquérito que tem por objeto uma situação concreta relacionada com o suto de Mora, no âmbito do qual não deixarão de ser investigados todos os factos que chegarem ao conhecimento do Ministério Público e que sejam suscetíveis de integrarem a prática de crime", confirmou fonte oficial da PGR àSÁBADO.
A investigação é dirigida pelo Ministério Público do DIAP de Évora.
Segundo o Jornal de Notícias, o foco surgiu com um casal de idosos que foi infetado após uma viagem em Espanha, tendo de seguida ido para o Algarve.
O número de pessoas infetadas com covid-19 na vila de Mora, no distrito de Évora, subiu hoje para 54, mais quatro do que na quinta-feira, disse à agência Lusa o presidente da câmara, Luís Simão.
O autarca, que aludiu aos dados mais recentes de que tem conhecimento da parte da Autoridade de Saúde, indicou que "há hoje registo de mais quatro infetados", face ao dia anterior. "Estes quatro novos casos foram detetados nos testes que continuam a ser realizados à comunidade", referiu Luís Simão.
No Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), permanecem internados cinco doentes, quatro deles nos cuidados intensivos e um em enfermaria, referiu o presidente do município, corrigindo uma informação anterior dada à Lusa: "Não são todos homens, há uma mulher".
Fonte do HESE revelou à Lusa que os quatro doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Covid, três homens e uma mulher, têm idades entre os 64 e os 69 anos, enquanto o doente hospitalizado em enfermaria, um homem, tem 89 anos.
O autarca de Mora encontra-se em casa, desde quinta-feira e "durante alguns dias", por recomendação da Autoridade de Saúde, na sequência dos testes aos trabalhadores do município, esta semana, que revelaram dois infetados.
"O meu teste à covid-19 deu negativo, mas, como contactei com documentos passados pelos dois infetados na câmara, tenho de ficar aqui e estou a trabalhar a partir de casa", contou à Lusa.
Aliás, o encerramento ao público dos serviços municipais, determinado em despacho assinado por Luís Simão, "vai manter-se".
Este surto surgiu no dia 9 deste mês, quando foram confirmados os primeiros três casos positivos na comunidade, número que tem vindo a subir, todos os dias, à medida que vão sendo testados os contactos de pessoas infetadas.
A câmara ativou o Plano Municipal de Emergência e fechou, no início da semana passada, os serviços de atendimento ao público e outros equipamentos, como a Oficina da Criança, a Casa da Cultura, o Centro de Atividades de Tempos Livres e instalações desportivas.
Com a população confinada em casa, por precaução, fecharam também cafés, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais.
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