Secções
Entrar

Costa diz que "geringonça" derrubou "último resquício do muro de Berlim"

19 de abril de 2017 às 17:22

Para o secretário-geral do PS, o actual modelo demonstra que "é possível trabalhar com outros partidos da esquerda portuguesa num quadro de uma esquerda plural"

O secretário-geral do PS, António Costa, considera que a actual cooperação entre o Governo o PCP e o BE demonstra que "é possível trabalhar com outros partidos da esquerda portuguesa num quadro de uma esquerda plural". Além disso, defendeu, o modelo não só acabou com o chamado "arco da governação" como conseguiu "derrubar o último resquício do muro de Berlim", defendeu hoje o secretário-geral do PS.

"O que temos conseguido demonstrar desde as últimas eleições legislativas não foi só ter acabado com o 'arco da governação', foi ter conseguido derrubar o último resquício do muro de Berlim, que tinha subsistido ao longo destes anos todos", disse António Costa, durante um almoço com 19 fundadores do PS e que assinalou os 44 anos da criação do partido, em 1973, na Alemanha.

"Podemos manter a identidade que muito claramente afirmaram quando fundaram o PS, em 1973, como o partido da liberdade, como o partido da esquerda democrática, como partido que defende a integração europeia", sustentou o líder socialista, dirigindo-se aos fundadores do PS presentes no almoço e em reacção às palavras do presidente honorário do partido, António Arnaut.

Na sua intervenção, evocando percurso do PS, António Arnaut, co-fundador e militante número quatro do partido, sublinhou que "graças" a António Costa, se quebrou aquilo que se chamava arco da governação "Demos um passo em frente no alargamento da democracia, porque a democracia é com todos, não é só com alguns", disse Arnaut.

"Por isso, António Costa, felicitações vivas, coragem, força, o futuro espera por nós", exortou o também principal responsável pela criação do Serviço Nacional de Saúde "Não é preciso fazer milagres, que não os há, é preciso fazer o que em nós caiba para melhorar a vida, encurtar um pouco as injustiças", sustentou António Arnaut.

António Costa considerou ainda que "está na moda dizer-se que há uma crise da social-democracia e do socialismo", mas, "na Europa, o que vemos é que não há crise". No entanto, "alguns partidos socialistas desistiram de ser uma alternativa à direita e outros acharam que o caminho que tinham a seguir era imitar as outras esquerdas", mas "o que dá vida e força aos partidos socialistas é manterem-se fiéis à sua própria identidade", advogou o líder do PS.

O secretário-geral do PS defendeu também a necessidade de combater "pela justiça social, pela solidariedade e pela redução das desigualdades", considerando que "esse é um trabalho que não tem fim".

A batalha pelo aumento do salário mínimo e a "batalha por alargar a contratação colectiva" são "condições essenciais para todos irem melhorando a sua vida", afirmou o secretário-geral socialista.

"Ontem [terça-feira] foi assinado um contrato colectivo [na indústria do calçado e sectores similares] onde, pela primeira vez, se acabou com o princípio da desigualdade salarial entre homens e mulheres", exemplificou.

"Tantos anos" depois do 25 de Abril, o novo contrato de trabalho para o sector do calçado "é um passo de uma importância extraordinária", sublinhou, defendendo que esse passo também demonstra que "valores tão simples como o da igualdade ainda merecem combate".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela