Câmara de Lisboa reitera compromisso de apoiar Academia de Amadores de Música
Carlos Moedas explicou que a solução que anunciou em novembro "não foi de agrado do presidente de junta" e referiu que tem contactado o Governo para saber se existe um imóvel do Estado que possa servir para acolher a AAM.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), reiterou hoje o compromisso de encontrar uma solução para a Academia de Amadores de Música, indicando que "não tem sido fácil" encontrar um espaço no centro da cidade.
Em reunião pública da câmara, o vereador do PCP João Ferreira reforçou que "a Academia de Amadores de Música (AAM) está numa incerteza muito grande quanto ao seu futuro, apenas a certeza que tem de sair de onde está", no Chiado, até ao final de agosto deste ano.
João Ferreira lembrou que Carlos Moedas "anunciou à cidade uma solução", em novembro de 2024, que seria num edifício municipal na Rua Vítor Cordon, no Chiado, mas essa proposta foi inviabilizada pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, que ocupa parte do espaço e que não foi consultada previamente.
"Afinal parece que não há solução nenhuma", apontou o comunista, solicitando respostas por parte do presidente da câmara.
A propósito da procura de uma solução, o vereador do PCP considerou "inacreditável" que o Governo, por via da Estamo (empresa pública responsável pela gestão e valorização de imóveis públicos), tenha pedido à AAM "7.000 euros mensais" pelo arrendamento de um espaço.
Na sexta-feira, o presidente da AAM, Pedro Barata, disse que uma das opções em cima da mesa era o edifício que foi outrora a Direcção de Recrutamento Militar de Lisboa, na Avenida de Berna, que depois pertenceu à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa e é atualmente propriedade da Estamo.
Em declarações à Lusa, Pedro Barata acrescentou que já visitou o espaço e, "efetivamente, tem ótimas condições para ser adaptado para uma escola de música, mas as condições que a Estamo ofereceu são absolutamente incompatíveis com as capacidades financeiras" da Academia.
Em resposta ao vereador do PCP, Carlos Moedas explicou que a solução que anunciou em novembro "não foi de agrado do presidente de junta" e referiu que tem contactado o Governo para saber se existe um imóvel do Estado que possa servir para acolher a AAM.
Sobre o imóvel da Estamo, o presidente da câmara considerou que o valor pedido de renda "é inaceitável", revelando que a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, vai ajudar a que não seja esse montante.
"Vamos encontrar uma solução, mas não tem sido fácil, porque queremos a Academia no centro da cidade", declarou.
Com 140 anos de história, a AAM tem de abandonar as atuais instalações no Chiado "até ao final do mês de agosto deste ano", por incapacidade para pagar a nova renda, que passou de 542 euros para 3.728, pondo em causa o ensino de música de 320 alunos e o emprego de 40 professores.
Nesta reunião, o PCP questionou a liderança PSD/CDS-PP sobre o protesto dos trabalhadores da EGEAC -- Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa, com reivindicações sobre os salários ou medicina do trabalho.
Em resposta, o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), disse que respeita a greve dos trabalhadores da EGEAC e indicou que o diálogo social cabe à administração da empresa, ressalvando que "algumas aspirações são manifestamente acima daquilo que tem sido as medidas dos trabalhadores da câmara", desde logo o "aumento de 15% e mínimo de 150 euros em termos salariais".
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