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25 Abril: PCP pede que se retome "esperança em Abril"

Lusa 25 de abril de 2024 às 15:13

Para Paulo Raimundo, "Abril não é a maioria dos jovens ganharem mil euros de salário por mês", é "a juventude ter condições de viver, trabalhar e fazer a sua vida no seu próprio país".

O secretário-geral do PCP criticou esta quinta-feira uma minoria "que tudo fez e faz para destruir conquistas e recuperar o poder perdido", procurando "falsificar e reescrever a história", e pediu que se retome "a esperança em Abril".

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Num discurso na sessão solene do 25 de Abril, no parlamento, Paulo Raimundo salientou que, há 50 anos, a Revolução dos Cravos "consagrou liberdades concretas e abriu portas à democracia política, social, económica e cultural".

"Consagrou direitos políticos, sociais, laborais e civilizacionais, redistribuiu a riqueza de forma mais justa, impôs a justiça social, a igualdade, a terra a quem a trabalha, libertou o país do domínio monopolista, construiu o poder local e a autonomia regional, consagrou na lei a igualdade entre homens e mulheres e pôs fim a guerra colonial", afirmou.

Segundo o líder comunista, a Revolução "optou por uma sociedade ao serviço da maioria em confronto com os interesses de uma minoria".

"Essa revolução que fez tudo e faz para destruir conquistas e recuperar o poder perdido, que tudo fez e faz para falsificar e reescrever a História. Revolução que foi sonho, realização e construção, foi valores e esperança numa vida melhor que a contrarrevolução e a política de direita procuram negar", criticou.

Para Paulo Raimundo, "Abril não é a maioria dos jovens ganharem mil euros de salário por mês", é "a juventude ter condições de viver, trabalhar e fazer a sua vida no seu próprio país".

"Abril é SNS e garantir, a partir dele, acesso a todos à saúde. É o direito à escola pública e aos mais elevados níveis de ensino para todos. É o direito à habitação, não à proteção da banca e dos especuladores", frisou.

Abril, prosseguiu, "é contra todo o tipo de discriminações" e "rejeita o ódio, o racismo e a xenofobia", além de ter libertado "o país do fascismo e desse regime de corrupção organizada e silenciada".

O líder comunista acrescentou que Abril "retirou o país das mãos de meia de dúzia de famílias que distribuíam entre si a riqueza criada" e é também "combate ao poder em grande medida restaurados dos grupos capitalistas e das multinacionais sobre a vida nacional".

"Abril é pôr fim à promiscuidade entre o poder económico e o poder política, a causa funda da corrupção. Abril é a Constituição estar presente na vida de todos e todos os dias", afirmou.

Para o líder comunista, "Abril é paz, cooperação, e solidariedade entre os povos, é a resolução política dos conflitos" e "um claro não à guerra".

"Abril é o caminho que é necessário retomar, pondo fim ao ciclo da política de direita que tem conduzido o país a crescentes desigualdades. Este é o grande desafio que está colocado aos democratas e patriotas, aos trabalhadores e ao povo, a todos os que cá vivem e trabalham", afirmou.

Esse desafio, considerou o líder comunista, "é acima de tudo uma tarefa da juventude, dos que nasceram e cresceram depois da Revolução, dos filhos da madrugada".

"A tarefa de tomarem nas suas mãos a concretização desse Abril dos direitos, sonhos e realização", afirmou.

Paulo Raimundo citou a música "Canção sem Final", de Garota Não, para salientar que "podem decretar o fim da arte, é como decretar o fim da chuva".

"Atrevo-me a afirmar que podem decretar o fim de Abril, que isso é como decretar o fim da esperança, e é essa esperança nesse Abril que é preciso retomar, tal como a música: uma canção sem final, uma canção que se toca e canta, afinada em diferentes formas, tons e por esse povo que é quem mais ordena", sublinhou.

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