Secções
Entrar

Ministério Público abre inquérito à manifestação do Movimento Zero

Lusa 24 de junho de 2021 às 18:43

PSP avançou que ia apresentar uma participação, uma vez que o protesto estava apenas autorizado para ser realizado junto ao parlamento. Manifestantes acabaram por desfilar pelas principais ruas de Lisboa, obrigando ao corte do trânsito em plena hora de ponta.

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito à manifestação realizada na segunda-feira, em Lisboa, por elementos da PSP e da GNR pertencentes ao Movimento Zero, indicou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

"Confirma-se a instauração de um inquérito relacionado com factos ocorridos na manifestação" do Movimento Zero, refere a PGR, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Segundo a PGR, o inquérito encontra-se em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

No dia da manifestação, a Polícia de Segurança Pública tinha avançado que ia apresentar uma participação ao Ministério Público, uma vez que o protesto estava apenas autorizado para ser realizado junto ao parlamento, mas os manifestantes acabaram por desfilar pelas principais ruas de Lisboa durante duas horas e meia, obrigando ao corte do trânsito em plena hora de ponta.

A Inspeção-Geral da Administração Interna também já anunciou que abriu um processo administrativo à manifestação, tendo pedido informações à PSP.

Algumas centenas de elementos da PSP e da GNR pertencentes ao Movimento Zero protestaram na segunda-feira durante cerca de 11 horas, numa concentração que começou em frente à Assembleia da República e que depois se espalhou pelas principais vias de Lisboa num desfile que durou cerca de duas horas e meia e bloqueou o trânsito, não estando este percurso autorizado.

Depois de se manifestarem pelas ruas de Lisboa e de uma passagem pelo Ministério da Administração Interna, os elementos das forças de segurança voltaram para junto da Assembleia da República, onde o policiamento foi reforçado durante a tarde com elementos da Unidade Especial de Polícia, após alguns manifestantes terem vestido o polo de serviço da PSP e da GNR, bem como colocarem o boné da Guarda Nacional República, o que é considerado uso indevido da farda.

No protesto, ouviram-se incentivos à desobediência e a palavra de ordem mais ouvida foi "Cabrita rua", referindo-se ao ministro da Administração Interna, a quem também foram dirigidos vários insultos.

Com o lema "hora de agir - unidos somos a tempestade que os atormenta!" a concentração foi organizada pelo movimento inorgânico Zero, que surgiu nas redes sociais e que congrega elementos da PSP e da GNR, e exigem a atribuição do subsídio de trisco e a atualização salarial.

O protesto conta, na organização, com o apoio do movimento Defender Portugal, em que um dos seus dirigentes alegou ser porta-voz do Movimento Zero e aos microfones da manifestação incitou à desobediência.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela