Os jornais dizem que o PSD anda agitado, duvido muito
Quantos dirigentes distritais do PSD em Lisboa e Porto são conhecidos por qualquer mérito público que não seja o de serem influentes dentro do partido?
A grande reserva popular nas estruturas do PSD são os seus autarcas. Reparem que não digo "no PSD", mas nas "estruturas do PSD". No PSD, continua a haver um eleitorado popular considerável e seria um erro por parte do PS e dos seus aliados menosprezá-lo, apenas porque as sondagens hoje são desfavoráveis ao partido. Mas, nas estruturas, as coisas estão muito diferentes do passado, em particular nas maiores estruturas urbanas. Aí estruturas são mesmo estruturas, uma burocracia ligada ao poder interno e, por sua via, ao poder do Estado a que se acede em democracia, no parlamento e nos órgãos de Estado. Fora disso, não tem nenhum significativo poder social, não agrupam profissionais de relevo e influência quer nas suas profissões, quer influência política propriamente dita. Os seus curricula são muito pobres, com excepção dos lugares a que chegaram por via da política e, manobrando bem dentro, consideram que não precisam de influência fora. A verdade é que não a têm. Quantos dirigentes distritais do PSD em Lisboa e Porto são conhecidos por qualquer mérito público que não seja o de serem influentes dentro do partido? É por isso que a lógica da sua actuação é muito mais virada para manter o seu poder dentro do que ganhar dentro a partir de fora. Nem sequer existe uma forte motivação para ganhar eleitoralmente, se os lugares que tem estão consolidados.
Os jornais dizem que o PSD anda agitado, duvido muito
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.