Como é que as coisas estão?
José Pacheco Pereira Professor
16 de março

Como é que as coisas estão?

Estão mal, porque esta ecologia dos nossos dias vicia qualquer debate sério, dominado apenas pela lógica do binómio situação-oposição.

Referi-me várias vezes às características do radicalismo, igual ao de sempre, mas novo nos seus instrumentos, e ao papel que ele tem, primeiro no contínuo políticos-comunicação social, depois na opinião comum. Ambos os elementos comunicam entre si, o radicalismo comunicacional tem como fonte o populismo político, mas também o crescendo do populismo entre os portugueses. As fontes dessas diferentes formas de populismo são distintas, mas convergem no mesmo sentido. Embora seja um processo que atinge todas as democracias, a verdade é que em Portugal há uma maior fragilidade dos mecanismos de opinião, politização do jornalismo ou seja mau jornalismo, e políticos demasiado de plástico e cuja fonte de poder é cada vez mais interna aos partidos e nada tem a ver com qualquer mecanismo de prestígio social. Tudo junto tem um efeito de erosão nos mecanismos da representação, crise nas mediações, e por fim, na própria democracia.

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