Sábado – Pense por si

Nuno Tiago Pinto
Nuno Tiago Pinto
29 de setembro de 2022 às 08:00

Duas décadas perdidas

A eleição de Giorgia Meloni não foi uma surpresa. O que é realmente espantoso é o choque que se segue a cada bom resultado de um partido populista e, sobretudo, a incapacidade demonstrada pelos partidos tradicionais de lidar com o fenómeno.

Giorgia Meloni não foi a primeira líder da direita populista a ganhar eleições ou a obter um resultado expressivo neste século. Provavelmente não será a última. Há pelo menos duas décadas que a direita populista faz parte da política europeia. Em 2000 Jorg Haider integrou o governo austríaco com o FPÖ, partido que voltaria a uma coligação governamental em 2017-19. Vicktor Orbán lidera a Hungria desde 2010. Na Polónia o Lei e Justiça reconquistou o poder em 2015, oito anos após uma primeira passagem pelo governo. Na Finlândia o Partido dos Finlandeses fez parte de uma coligação de direita entre 2015-19. Em França, Marine Le Pen tem obtido resultados cada vez mais expressivos. Na Alemanha, a AfD chegou ao Parlamento. Em Espanha o Vox cresce nas sondagens. Em Portugal, o Chega foi o terceiro partido mais votado nas últimas legislativas. Na Suécia, os Democratas da Suécia foram os grandes vencedores das recentes eleições.

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