Marcelo Rebelo de Sousa, o comentador profícuo, nem sempre nos termos mais apropriados, tem sido o pior inimigo de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República. Num breve exercício de memória, o Chefe de Estado já afirmou que as 424 denúncias reunidas pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra crianças na Igreja Católica não eram um "número particularmente elevado"; disse ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" a guerra com Israel; comentou o decote de uma jovem lusodescendente e o peso de outra numa visita ao Canadá; anunciou à varanda do Palácio de Belém que tinha testado negativo à Covid-19; e revelou em plena pandemia que ia passar a consoada com vários agregados diferentes, contrariando as recomendações da DGS.