O PSD ganhou seja qual for o prisma e ainda teve o brinde de ver o segundo e terceiro partido reequilibrarem forças, sem que nenhum se reforçasse. O resto é paisagem ou faz de conta. O PS apenas sobreviveu (o que do ponto de vista próprio é ótimo, para Montenegro é melhor ainda), o Chega levou um banho de humildade.
Vão ver há quanto tempo o PSD, no poder, não tinha uma vitória assim em autárquicas, desafiou Luís Montenegro. A resposta é simples: desde 1985, com Cavaco Silva minoritário no governo, o PSD teve 149 autarquias. O significado é menos simples: ou Montenegro se compara a Cavaco Silva (e calma, muita calma, ainda lhe faltam ‘só’ duas maiorias absolutas), ou se compara a quem, no poder, não ganhou nas autarquias (duas vezes): Pedro Passos Coelho. E se esse era o recado, era dispensável, a não ser que veja o ex-primeiro-ministro como sombra persistente de um governo que não tem maioria nem consegue passar uma imagem reformista (esse, um recado de Passos nas legislativas). Numa noite absolutamente laranja (mais votos, mais câmaras, mais mandatos, as cinco maiores, brindes simbólicos em Guimarães e Beja, e ganhar estando no poder), não precisava de espantar fantasmas. O PSD ganhou seja qual for o prisma e ainda teve o brinde de ver o segundo e terceiro partido reequilibrarem forças, sem que nenhum se reforçasse. O resto é paisagem ou faz de conta. O PS apenas sobreviveu (o que do ponto de vista próprio é ótimo, para Montenegro é melhor ainda), o Chega levou um banho de humildade de que estaria a precisar. O bipartidarismo voltou e talvez nunca se tenha ido embora.
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