Sábado – Pense por si

Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues Diretor-Geral Editorial
12 de fevereiro de 2025 às 23:00

A miséria moral do Chega

Espelho meu, espelho meu, existe algum partido mais ético do que o meu? E o espelho estilhaçou-se às primeiras provas de realidade.

Que se passa com o Chega?, pergunta a nossa editora Vanda Marques na apresentação da revista desta semana, nas páginas já a seguir. Ao fim de poucos anos de existência, o partido criado por André Ventura transformou-se num peso pesado no parlamento. Nas últimas legislativas, alcançou uns impensáveis 50 mandatos e estilhaçou o equilíbrio bipartidário do regime. A partir do momento em que o terceiro elemento na Assembleia da República alcança esta dimensão, fica em crise profunda a tradicional bipolarização do regime em redor de PSD e PS. Haja o que houver, o Chega terá sempre uma voz que é preciso levar em conta e que só não tem maior preponderância no governo, por exemplo, devido ao efeito conjugado do "não é não" de Luís Montenegro, durante a última campanha eleitoral, com a falha na confiança mútua, nos primeiros dias de legislatura, aquando da eleição do presidente da Assembleia. O PSD não esqueceu aquilo que considerou ter sido uma traição dos homens do Chega e o fosso criado entre os dois partidos nessa altura jamais foi ultrapassado. Ficou, assim, André Ventura enclausurado no sucesso da sua criação, qual labirinto inesperado e virtuoso, mas sem saída possível. Viajemos, então, até às raízes de tudo isto.

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