Por efeito da “geração-Trump” de governantes, os factos estão em crise. Valha-nos a reportagem para mostrar a realidade.
Por vezes há fenómenos muito complexos que dão origem a pequenos incidentes, núcleos restritos de realidade, pedaços de um universo maior que sintetizam e simbolizam todo o problema. A ponta do icebergue. No vasto mundo do debate da segurança em Portugal, o ponto focal está instalado na Rua do Benformoso, em Lisboa, uma pequena rua na baixa da capital, com uma história muito própria que se transformou num autêntico microcosmos. Atualmente, está na moda distinguir a realidade das perceções. Aos poucos, as estatísticas policiais, os dados oficiais, as estatísticas começam a perder o estatuto de factos incontestáveis. Nada que surpreenda: com o advento das realidades alternativas trazidas pela geração-Trump de governantes do mundo, o conceito de facto está em desuso. Em suma, a este novo mundo, que distingue o que é do que parece ser, corresponde uma falha tectónica crescente entre as perceções e a realidade: no tema da segurança, de um lado, diz-se, está a queda da criminalidade grave e violenta, apontada pelos relatórios oficiais. Do outro, está o universo político da perceção. E a perceção, diz-se, aponta para o aumento da criminalidade. Numa inversão civilizacional digna de registo, atualmente mais vale parecê-lo que sê-lo. A perceção é tudo. Será? Aqui naSÁBADOelegemos os factos, razão pela qual decidimos passar uma semana na Rua do Benformoso para lhe trazer a reportagem que hoje apresentamos, e que estará noRepórter Sábado, o nosso programa no canal de televisão NOW, no próximo fim de semana. "Percorremos apenas nove quilómetros, mas é como se tivéssemos percorrido 9 mil", escreve às tantas a nossa jornalista, Cláudia Rosenbush. Ao aceitar o desafio de viver durante uma semana na famosa rua do Benformoso, mergulhou na realidade da droga, das violações, dos assaltos, das insónias, da prostituição, da sujidade das ruas, do choque de civilizações. Mas também da perenidade dos valores humanos da solidariedade, da entreajuda, das tradições, como a da Casa da Covilhã, que continua ali instalada. A reportagem, o jornalismo de qualidade, é e será sempre o melhor antídoto contra ideias feitas, discriminações, preconceitos, segregações ou racismos. Perceções ou realidades? Jornalismo. Mesmo contra as ideias feitas do politicamente correto. Vale a pena ler.
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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.