Sábado – Pense por si

Carlos Rodrigues Lima
Carlos Rodrigues Lima Grande Repórter
20 de fevereiro de 2020 às 08:33

O dia em que Marega gritou "Chega!"

O que durante anos foi tolerado, até pelas ditas autoridades, tornou-se, em minutos, alvo de condenação, censura, distanciamento. E tudo devido a um rapaz chamado Moussa Marega.

Eis que, finalmente, um jogador de futebol fartou-se de jogar. Fartou-se de estar em campo. Fartou-se de ouvir repetidamente o mesmo insulto que, ao que parece, tornou-se corriqueiro pelos campos de futebol sempre que, na equipa adversária, alinha um jogador negro. Porque, até ao passado fim de semana, chamar "preto", "escarumba", "símio" ou imitar o som de um macaco sempre que um jogador negro tocava na bola era aceitável, tinha piada, a polícia não queria saber, o árbitro estava noutra, os observadores não ligavam. De cada vez que - certamente por distração - alguém fazia chegar uma participação a um qualquer conselho de disciplina, o infrator levava com uma multa de uma centenas de euros e lá ia à sua vida.

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