Sábado – Pense por si

Carlos Rodrigues Lima
Carlos Rodrigues Lima Grande Repórter
04 de fevereiro de 2022 às 14:00

A síndrome portuguesa

Tal como, ao fim de uma hora de filme, nos afeiçoamos ao vilão, nos últimos anos também tudo foi permitido a António Costa. Na história recente, nunca um primeiro-ministro governou com tão pouco escrutínio. Resultado: maioria absoluta.

ANTÓNIO COSTA É UM CASO ÚNICO NO MUNDO: um político a quem tudo se perdoa e nada se exige. É como se gozasse de uma inimputabilidade política total. Caso raro. Nenhum primeiro-ministro ou presidente da república, por esse mundo a fora, sobreviria em eleições se passasse o que o último governo socialista passou. Vejamos: há suspeitas de corrupção nos negócios do hidrogénio, secretários de Estado colocados sob escuta, o próprio António Costa foi escutado numa dessas interceções; o carro de um ministro atropelou mortalmente um cidadão; o País atravessou um período de desorientação total no combate à Covid-19, só ultrapassado pela nomeação de um militar que, entretanto, foi nomeado clandestinamente chefe do Estado-Maior da Armada; por fim, António Costa conseguiu saltar de orçamento em orçamento, colocando sempre o ónus do seu eventual chumbo à esquerda.

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