O Sporting vai proteger e fazer crescer João Pereira
Se a soberba e vaidade do Presidente do Sporting forem equivalentes à qualidade de João Pereira como técnico, este arrisca-se a ser treinador do Real Madrid já na próxima época.
1. A saída de Ruben Amorim do Sporting constituiria sempre um legado muitíssimo pesado para quem lhe sucedesse no clube de Alvalade pois o Sporting foi campeão sem espinhas e atravessava uma das melhores fases desportivas da sua história, apresentando um futebol de grande qualidade e destruindo grande partes dos adversários que defrontava, tubarões europeus incluídos, pelo que o bicampeonato era visto por todos como uma quase inevitabilidade.
Fosse qual fosse o seu sucessor, a sua tarefa seria sempre ingrata pois em caso de sucesso os louros seriam atribuídos aos alicerces construídos pelo agora treinador do United e em caso de derrota as culpas recairiam sobre si.
O contexto aconselhava, pois, alguma moderação na gestão de expectativas acerca do novo treinador mas o Presidente do Sporting optou pelo caminho oposto.
Com efeito, Frederico Varandas, talvez inebriado pelo sucesso de Ruben Amorim, decidiu colocar a carne toda no assador e, com a soberba que lhe é característica, apresentou João Pereira como um novo Ruben Amorim, a tal ponto que garantiu que João Pereira estaria a treinar um dos clubes mais poderosos da Europa nos próximos 4/5 anos.
O Presidente do Sporting assumiu, pois, a veste de Rei Midas dos treinadores, garantindo à nação sportinguista que podia ficar descansada com a escolha pois se havia elevado um jovem treinador com pouca experiência a um patamar de excelência, o que o impediria de fazer o mesmo relativamente a um treinador sem experiência nenhuma?
Num auto-elogio fácil, Frederico Varandas fez crer que o sucesso do Sporting é praticamente uma inevitabilidade face às qualidades da super estrutura, a tal ponto que confessou que a Direção sportinguista já estava a preparar João Pereira para o cargo, não tendo este nada a temer dado que Frederico Varandas assumiu que o ia proteger e permitir o seu crescimento até atingir o olimpo.
O novo Amorim pode não ter carisma, não dominar a arte de comunicar, ficar acabrunhado no decorrer dos jogos e não querer imitar o original na forma como o Sporting jogava (o que não deixa de ser caricato pois o Sporting nunca havia jogado tão bem na vida) mas foi escolhido pelo Rei Midas e isso é o melhor selo de qualidade, sendo, portanto, uma questão de tempo até o novo Amorim fazer esquecer o velho e afastar todas as dúvidas, e já são muitas, que pairam sobre os adeptos e os próprios jogadores a seu respeito.
Se a soberba e vaidade do Presidente do Sporting forem equivalentes à qualidade de João Pereira como técnico, este arrisca-se a ser treinador do Real Madrid já na próxima época.
2. Vítor Bruno, após a vitória importante mas sem brilho do FC Porto na última segunda-feira, assumiu que as manifestações de desagrado vindas das bancadas durante o jogo não o preocupavam pois a única insatisfação que verdadeiramente lhe interessa é a do Presidente do FC do Porto.
Ora, não devia ser preciso alertar Vítor Bruno que, até à data, não houve um único treinador do FC Porto que tenha sobrevivido à frente dos destinos do FC Porto contra as bancadas.
Otávio Machado, Paulo Fonseca e Lopetegui caíram, todos eles, devido a um divórcio persistente com os adeptos pelo que o melhor é mesmo não testar a sorte.
Para que tal não suceda, o que é desejo de todos, o melhor caminho não consiste apenas em levar os jogadores a acreditar no processo, algo que Vítor Bruno se regozijou de suceder, mas que o tal processo seja bom e tenha expressão dentro do campo.
Como todos sabemos, o FC Porto não tem apresentado grande qualidade de jogo e vai-se salvando os resultados irrepreensíveis contra as equipas mais pequenas na nossa Liga mas quando não se joga bem, está-se sempre mais próximo de escorregar.
Os jogos do FC Porto até final do ano vão ser fundamentais para percebermos que FC Porto podemos esperar neste campeonato: se um FC Porto que vai crescendo em campo, ganhando índices de confiança e qualidade e atacando o primeiro lugar, ou um FC Porto que deixa de ter como boia de salvação os resultados contra os pequenos e continua a justificar a insatisfação das bancadas.
Vamos todos apoiar e torcer para que seja o primeiro, ainda que paire sempre o receio de encontrarmos o segundo.
3. Quase todos os analistas de arbitragem consideraram que ficou por assinalar um penálti contra o Benfica em Arouca no lance do pisão de Otamendi.
Contudo, os sábios que formam o Conselho de Arbitragem, o qual tem como Vice-Presidente um ex-árbitro que era do mais medíocre que me lembro, concluíram ontem que esse lance foi bem decidido pelo árbitro Luís Godinho pois no seu douto entendimento o contacto (leia-se, o pisão) foi normal.
Vai daí, aproveitaram o lanço e nomearam o excelso Luís Godinho para apitar o FC Porto em Famalicão, sendo este uma espécie de árbitro fetiche do Conselho de Arbitragem para jogos difíceis do FC Porto fora de casa dado que nos últimos 5 anos, não obstantes as suas classificações medianas, foi nomeado para jogos do FC Porto no Bessa (duas vezes), Estoril, Guimarães, Luz, Moreira de Cónegos, Alvalade (duas vezes) e agora Famalicão, raramente apitando no Dragão.
São destas enormes coincidências que se faz o futebol português.
O Sporting vai proteger e fazer crescer João Pereira
Há quem ainda não consiga encarar um FC Porto sem Pinto da Costa, tal era o culto da personalidade que cultivavam, e mostre resistência em estar de corpo e alma com o clube, aproveitando qualquer momento menos bom para apoucar quem dirige os destinos do FC Porto.
É inegável que o FC Porto ficou mais fraco com o fim do mercado de Janeiro e que a luta pelo título parece ser cada vez mais uma miragem, mas aproveitemos os próximos meses pela frente para trabalhar as novas ideias do treinador, fazer crescer os jovens jogadores do plantel e lutar pelo acesso à tão importante Champions League.
Se no FC Porto não há anos zero, este será o ano zero de Martin Anselmi que deverá lançar as bases para termos um FC Porto competente e muito melhor preparado no futuro.
O tempo que avaliará Anselmi não é o tempo dos adeptos que exigem respostas imediatas em campo e resultados desportivos à altura dos pergaminhos do FC Porto.
Perante este cenário grotesco, que permite perceber melhor como é que uns iam enriquecendo enquanto o clube ficava cada vez mais perto do abismo financeiro, não é possível nem aceitável que não se extraiam consequências desta auditoria. Só assim estaremos a ser implacáveis com quem tiver lesado o FC Porto.
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