Sábado – Pense por si

Paula Cordeiro
Paula Cordeiro Especialista em comunicação
02 de novembro de 2021 às 20:00

#COP26: a culpa é nossa

Se é certo que podemos mudar muitos aspectos relacionados com a forma como vivemos (...) também é certo que mesmo se todos - e digo mesmo todos - o fizéssemos, o problema que temos em mãos não teria solução porque já nos ultrapassa enquanto indivíduos.

Passo metade do tempo a pensar como posso dar o meu contributo para travar a fundo e inverter a marcha do apocalipse climático, a outra metade culpada com os comportamentos menos verdes que ainda tenho e, no tempo que me sobra, a revirar os olhos aos que pensam que nada disto é real, que sempre existiram alterações de temperatura e que o Planeta tem um sistema de auto-regulação. Lamento, não tem e o contributo das indústrias criadas pelo ser humano em muito têm contribuído para o seu desequilíbrio. A isto, junto um outro revirar de olhos que resulta da forma inteligente como as empresas com maior responsabilidade por este desastre ambiental conseguiram, ao longo do tempo, criar um sentimento de culpa individual, transferindo o fardo para cada um de nós, enquanto foram criando novas indústrias, supostamente menos poluentes mas que coincidem todas num ponto: consumo.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.