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Para cuidadores que utilizam as tecnologias para acalmar as crianças e porem fim a eventuais birras, há que questionar: se elas só se acalmam com estes aparelhos, o que acontecerá se os pais, subitamente, recusarem este acesso?
Imagine-se num restaurante bastante movimentado. É fim de semana e aproveitou o seu tempo livre para ir almoçar com amigos ou familiares, num local acordado por todos. Numa das mesas perto de si, encontra-se uma família com um bebé de alguns meses. A dado momento, o bebé começa a chorar, a gritar e a espernear. Esta birra, que interrompe o ambiente tranquilo do restaurante, é, compreensivelmente, perturbadora para todos os presentes. Os pais da criança, claramente desconfortáveis, tentam apaziguá-la, com gestos e palavras, mas sem efeito. O ruído ensurdecedor do bebé continua, o que fomenta o desconforto sentido pelas restantes mesas e, para pôr fim a esta birra, os pais acabam por dar o seu smartphone à criança que, deparada com este estímulo, sossega de imediato. A paz foi restabelecida no restaurante.
Se este cenário é fácil de imaginar é porque constitui, de facto, uma realidade dos dias que passam. Pode já ter assistido a tal situação ou, como progenitor ou cuidador, poderá já ter recorrido ao seu smartphone para acalmar uma criança, para pôr fim às suas birras ou, simplesmente, para distraí-la, enquanto realiza tarefas domésticas ou de lazer. No final de contas, esta é, sem dúvida, uma estratégia eficaz para controlar o seu comportamento. Mas qual o custo? Será este recurso, tão eficaz e fácil de implementar, saudável para a criança? Apesar de normalizado, a verdade é que a exposição e uso de smartphones ou tablets nas primeiras fases da vida pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento da criança e para a sua relação com os cuidadores.
No que diz respeito ao uso das tecnologias na parentalidade, encontramos três estilos distintos: uma parentalidade com pouco recurso aos media, que limita ao máximo o acesso das crianças a novas tecnologias; uma parentalidade com recurso moderado aos media, que procura um equilíbrio entre o acesso da criança à tecnologia e a realização de outras atividades, limitando o tempo de ecrã e monitorizando o conteúdo consumido; uma parentalidade "media-cêntrica", onde uma porção substancial da rotina diária da criança envolve o uso de smartphones, tablets, computadores ou televisões. Como determinar qual dos estilos é o mais adequado? Bastará olhar para as consequências da exposição das crianças a estas tecnologias.
Com efeito, sabemos que a utilização prolongada de smartphones, tablets e outros tem consequências adversas no desenvolvimento cognitivo, linguístico, físico, social e emocional das crianças. Por um lado, sabemos, pela investigação realizada na área, que crianças que são expostas a este tipo de aparelhos nos primeiros meses de vida manifestam piores desempenhos cognitivos e linguísticos. Como tal, é amplamente reconhecido pela especialidade que crianças com menos de dois anos de idade não devem ser expostas a qualquer tipo de media eletrónico ou tecnológico. E isto não diz só respeito ao uso de tablets ou smartphones: sabemos, também, que crianças que passam mais de duas horas diárias a ver televisão têm até cinco vezes mais probabilidade de ter problemas comunicacionais e de sono do que crianças que passam menos de duas horas à frente de um ecrã.
Para cuidadores que utilizam as tecnologias para acalmar as crianças e porem fim a eventuais birras, há que questionar: se elas só se acalmam com estes aparelhos, o que acontecerá se os pais, subitamente, recusarem este acesso? A verdade é que as birras tenderão a aumentar de frequência e gravidade até que os pais, quase inevitavelmente, cedam esse controlo, expondo-as ao que mais querem: esses aparelhos. Na verdade, os problemas emocionais das crianças não vão ser resolvidos com estas tecnologias, só adiados; as crianças apenas aprendem a manipular os pais para obterem o que querem, sem ter de desenvolver competências de gestão emocional eficazes e independentes de um distractor externo. Os cuidadores não deverão recorrer a estes aparelhos para controlar ou distrair as crianças dos seus estados emocionais complexos e intensos – elas devem aprender a fazê-lo pela experiência e vivência dos mesmos. Usar o "atalho" das tecnologias, ainda que eficaz a curto-prazo, apenas serve para impedir que desenvolvam adequadas competências de regulação emocional, o que se vai repercutir para o resto da sua vida.
Apesar destas consequências adversas, é compreensível que seja difícil minimizar o uso das tecnologias, mas tal não é impossível. Existem estratégias que podem ser adotadas e incluem: selecionar cuidadosamente o conteúdo visualizado pelas crianças; participar, enquanto cuidador, nas atividades que as crianças realizam através destas tecnologias; limitar o tempo passado à frente do ecrã; evitar usar este conteúdo como ferramenta de apaziguamento ou gestão emocional da criança; encorajar períodos e rotinas livres de tecnologias; garantir que o quarto da criança não tem televisões ou outros aparelhos; garantir que, por cada 20 minutos de utilização de tecnologias, as crianças beneficiam de 20 minutos de descanso.
Estas são estratégias acessíveis, práticas e úteis para a gestão do tempo que as crianças passam à frente dos ecrãs. A tecnologia não é inerentemente má, mas não deverá substituir vivências que são fundamentais para o desenvolvimento e que moldam quem somos. Para os pais, é importante recordar que a parentalidade nunca é fácil e, como tal, os desafios que desta advêm não são fáceis de resolver. Será necessário esforço e resistência à tentação de recorrer aos "atalhos" atrativos das tecnologias. Mas esse esforço valerá a pena pelo desenvolvimento saudável e global dos mais novos. Não desperdice o tempo valioso que tem com as suas crianças, enquanto são crianças, pois esse tempo não voltará.
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