Coragem para ser: A saúde mental em jovens minorias sexuais
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Em Portugal, 23% dos jovens já teve pensamentos ou comportamentos suicidas. Esta prevalência é ainda maior quando falamos em minorias sexuais, isto é, jovens pertencentes à comunidade LGBTQIA+.
A adolescência é uma fase marcada por grandes alterações físicas, sociais e psicológicas. É neste estádio que construímos a nossa identidade, que construímos perspetivas, que iniciamos a nossa independência em relação aos nossos cuidadores e que as relações com os pares são mais valorizadas.
É igualmente verdade que, durante esta fase, há um risco acrescido de desenvolvermos problemas de saúde mental, associados a ansiedade, depressão e comportamentos autolesivos. O suicídio é a segunda causa de morte mais frequente durante a adolescência, facto preocupante para pais, profissionais de saúde e sociedade em geral. Em Portugal, um estudo recente da Fundação Francisco Manuel dos Santos indicou que 23% dos jovens já teve pensamentos ou comportamentos suicidas. Acresce que esta prevalência é ainda maior quando falamos em minorias sexuais, isto é, jovens pertencentes à comunidade LGBTQIA+ (Lésbica, Gay, Bissexual, Transsexual/Transgénero, Queer, Intersexo, Assexual e outros).
Estes jovens, em específico, têm uma probabilidade três a quatro vezes maior de ter problemas relacionados com ansiedade, depressão e trauma e quatro a cinco vezes maior de ter problemas relacionados com hiperatividade, agressão, abuso de substâncias e oposição. Piores desempenhos académicos e níveis superiores de problemas alimentares são também encontrados. Os índices de ideação e comportamento suicida são, neste caso, ainda maiores.
Importa, então, perceber porque é que estes jovens têm uma maior probabilidade de sofrer psicologicamente ou de ter pensamentos e comportamentos relacionados com a morte. Só assim poderemos agir para mitigar esta realidade aterradora para a nossa juventude.
É inegável que vivemos tempos de grande progresso, onde as pessoas têm uma maior possibilidade de expressar abertamente a sua identidade, sem esperar uma automática e dura rejeição da sociedade. No entanto, tal não significa que essa rejeição não surja, numa ou várias áreas da vida destes jovens.
Em primeiro lugar, não podemos esquecer que os adolescentes passam grande parte dos seus dias na escola. Aceitação neste meio é, para eles, aceitação no mundo, mas o inverso também se verifica. Experiências de rejeição, discriminação e bullying na escola são vividas intensamente e destrutivas para a autoestima e saúde mental destes jovens. Outras vezes, não precisamos de falar em agressões diretas. Expressões como "isso é tão gay" ou "não sejas gay", utilizadas como sinónimos de insultos, são, por si só, micro-agressões que têm o seu peso ao longo do tempo. Se somos o que está na base de um insulto, comos podemos viver felizes connosco mesmos? A verdade é que não podemos. Pelo contrário, aprendemos apenas que algo está de errado connosco e que nós é que somos o problema. Em casos em que a escola é um ambiente de rejeição, sobretudo na ausência de apoio dos professores ou comunidade escolar, o abandono escolar e a diminuição do rendimento são, assim, consequências naturais destes acontecimentos.
A agravar a situação, a vida em casa pode também contribuir para o mal-estar experienciado. A rejeição dos pais, principalmente quando o jovem "sai do armário", reforça a sensação de isolamento e mal-estar. Muitos destes jovens são expulsos de casa, ou a sua identidade é-lhes despida, minimizada ou escondida. Expressões como "é uma fase" já são dolorosas, mas expressões como "preferia ter um filho morto a um filho maricas" são destrutivas. As pessoas que mais deviam proteger estes jovens tornam-se os seus maiores opositores. E se as pessoas que nos deviam amar incondicionalmente rejeitam quem somos, quem nos vai aceitar? Para estes jovens, esta é uma questão irrespondível ou cuja resposta têm medo de obter.
A nível da sociedade, é certo que ouvimos que vivemos na época do "politicamente correto" e do "não podemos dizer nada sem ofender ninguém". Mas, paradoxalmente, vivemos ainda numa altura onde políticas homofóbicas e transfóbicas são propostas e populares em determinados grupos da sociedade, tema especialmente notório com o aproximar das eleições legislativas. Bastará ao leitor ler os programas políticos sobre os direitos LGBTQIA+ para obter provas disso (surgindo, por exemplo, propostas de proibição da participação de atletas transgénero em competições desportivas).
Face a estas adversidades, questionemo-nos, "como podemos evitar o mal-estar destes jovens?" A inserção destes em comunidades com pessoas com as mesmas vivências pode ajudar a que se sintam adaptados e inseridos num grupo que compreende as suas lutas, as suas perspetivas e o seu valor. Contudo, é importante não esquecer que a sociedade também tem uma responsabilidade para com esta juventude, devendo a saúde mental ser uma das primordiais preocupações.
A aceitação, livre de julgamentos e juízos de valor, é fundamental para que jovens minorias sexuais percebam que o mundo não é um lugar ameaçador, onde nunca irão encontrar felicidade ou integração. Todos nós conhecemos uma minoria sexual, mesmo que não o saibamos. Não deveríamos querer ser o motivo pelo qual têm medo de viver e expressar quem são.
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