O lítio é um metal essencial naquela que é comummente chamada de "transição energética", no entanto já há muito que tem sido alvo de sobrexploração, à semelhança de quase todos os outros recursos naturais presentes no planeta.
A discussão do lítio das Covas do Barroso há muito que tem sido agitada pelas suas populações. Depois de alguns percalços que adiaram a exploração deste mineral crítico, parece que a Savannah Resources vai finalmente conseguir obter o financiamento necessário para dar início a este projeto extrativista.
O lítio é um metal essencial naquela que é comummente chamada de "transição energética", no entanto já há muito que tem sido alvo de sobrexploração, à semelhança de quase todos os outros recursos naturais presentes no planeta.
Não obstante, a exploração deste recurso, traz consigo uma série de impactes ambientais associados como a contaminação da água e dos solos, produção de lixo minério e riscos para a saúde pública devido à poluição do ar, aumentando os riscos de contrair doenças respiratórias crónicas. No caso particular das Covas do Barroso, está ainda em causa a destruição de uma das sete zonas da Europa consideradas Património Agrícola Mundial pela?Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, devido às práticas ancestrais na produção de alimento e defesa da natureza desenvolvidas pelas comunidades locais.
Mesmo assim, todas estas questões foram desconsideradas para garantir que a exploração de lítio, naquela que poderá ser a maior mina a céu aberto da Europa, fosse concedida à Savannah Resources. Esta decisão baseou-se numa avaliação de impacte ambiental dúbia e pouco transparente, que levou inclusive à queda do anterior governo.
E se já existia uma perversão por parte desta empresa britânica, ao ficar com os principais ganhos económicos desta exploração, destruindo o ambiente, colocando em risco as populações e pouco acrescentando à economia local, o cenário agrava-se agora com o interesse da República Federal Alemã em financiar este projeto, sob a garantia que este forneça lítio ao seu país durante 10 anos.
Fica assim claro que o objetivo na exploração deste recurso não é trazer prosperidade às populações do Barroso nem tornar Portugal uma super potência na indústria mineira, até porque pouco dessa exploração irá beneficiar a economia portuguesa. Na verdade, este projeto contribuirá para a destruição do turismo rural e impactará a agricultura que sustenta uma região inteira. O lítio servirá para alimentar a obsolescência programada e o consumismo do qual as mutinacionais automóveis e tecnológicas alemãs lucram, revendendo o lítio em forma de carros elétricos e da última geração de smartphones.
É uma corrida ao lítio desenfreada, liderada pela Alemanha e com as autoridades portuguesas como cúmplices, perpetuando os mesmos erros extrativistas que ajudaram a causar a crise climática que esta transição deveria resolver.
Depois do verão mais quente de sempre e dos mais recentes tsunamis geopolíticos, que têm comprometido a estabilidade global e os compromissos internacionais para o combate às alterações climáticas, esta organização traz consigo uma vontade redobrada de fazer cumprir os compromissos portugueses quer ao nível nacional e internacional.
Este descuido permitiu que os oligarcas da era digital minassem os sistemas económico e político, enquanto que a União Europeia tenta agora recuperar a autoridade que lhe escapou por entre os dedos.
As imagens apocalípticas dos incêndios parecem, assim, uma premonição do caos que se avizinha, especialmente tendo em conta que acontecem mesmo antes da tomada de posse de Donald Trump, um dos mais notórios promotores do negacionismo climático a nível internacional.
As odes de revertermos a situação climática para onde caminhamos parecem cada vez mais escassas e o aproximar do final da década deixa-nos cada vez com menos tempo.
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