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Estes objetivos procuravam promover um equilíbrio entre os pilares económico, social e ambiental, apesar de terem sido pouco discutidas as tensões entre o crescimento económico a equidade social e a sustentabilidade ambiental plasmadas nesta agenda.
Esta semana celebrámos o Dia Nacional da Sustentabilidade para relembrar que vivemos num planeta finito e que temos de preservar, quer seja pela salvaguarda das gerações presentes e futuras como pela importância do planeta em si mesmo.
Imaginar um cenário em que vivemos permanentemente em constante gestão de crises, como foram os dois anos que o mundo parou para enfrentar a COVID-19, poderá soar distópico ou até de ficção científica, mas a verdade é que a ciência, nomeadamente o IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) já alertou que estas distopias podem tornar-se realidade num futuro bem mais próximo do que aquele que imaginamos.
Depois de décadas a tentar alertar a classe política para a crise da humanidade que tínhamos em mãos, finalmente criou-se um pacto global com a ambição de trazer prosperidade para as pessoas e para o planeta. Os dezassete Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram um projeto ambicioso implementado em 2015 pela Organização das Nações Unidas para resolvermos os maiores desafios do século até 2030. Volvidos quase 10 anos desde a sua formulação, nenhum dos objetivos está a caminho de ser alcançado e apenas 17% das 169 metas estão a progredir.
Estes objetivos procuravam promover um equilíbrio entre os pilares económico, social e ambiental, apesar de terem sido pouco discutidas as tensões entre o crescimento económico a equidade social e a sustentabilidade ambiental plasmadas nesta agenda.Não sei se o desfecho teria sido diferente caso se tivesse clarificado a interdependência destes três pilares logo desde início, mas com certeza que neste momento teríamos as empresas e as organizações a considerar as pessoas e o planeta no seu modelo de negócio em vez de esperarem pela imposição legislativa que obriga à elaboração de relatórios de sustentabilidade e usarem os ODS como chavões fáceis de associar às suas atividades e mostrar trabalho feito neste âmbito.
Com base nisto, temos um elefante na sala, aquele que o poder político, quer nacional, quer internacional, não se atreve a desafiar, precisamente pelo pensamento a curto prazo que privilegia. Esse elefante é o sistema económico em que vivemos que perpetua um fosso de desigualdades sociais cada vez maiores, enquanto promove uma destruição ambiental sem precedentes em prol do lucro.
Enfrentar o elefante exige questionar a lógica da competição implacável, do crescimento econômico infinito e da exploração desenfreada de recursos. Precisamos substituir essa abordagem por um modelo que veja a economia como um meio para alcançar a prosperidade das pessoas e do planeta, e não como um fim em si mesmo. Só assim conseguiremos realmente celebrar a sustentabilidade.
Não há bala de prata para a gestão da sustentabilidade, mas há o reconhecimento alargado de que as sociedades falharam em promover a prosperidade de todas as pessoas, dentro dos limites do planeta. E, no limite, reconhecer o elefante na sala não será uma questão política, mas em último caso tornar-se-á uma questão de sobrevivência.
Depois do verão mais quente de sempre e dos mais recentes tsunamis geopolíticos, que têm comprometido a estabilidade global e os compromissos internacionais para o combate às alterações climáticas, esta organização traz consigo uma vontade redobrada de fazer cumprir os compromissos portugueses quer ao nível nacional e internacional.
Este descuido permitiu que os oligarcas da era digital minassem os sistemas económico e político, enquanto que a União Europeia tenta agora recuperar a autoridade que lhe escapou por entre os dedos.
As imagens apocalípticas dos incêndios parecem, assim, uma premonição do caos que se avizinha, especialmente tendo em conta que acontecem mesmo antes da tomada de posse de Donald Trump, um dos mais notórios promotores do negacionismo climático a nível internacional.
As odes de revertermos a situação climática para onde caminhamos parecem cada vez mais escassas e o aproximar do final da década deixa-nos cada vez com menos tempo.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"