Sábado – Pense por si

Daniel Adrião
Daniel Adrião Primeiro subscritor da Moção de Estratégia Política Global "Resgatar a Democracia" a apresentar ao XXI Congresso Nacional do Partido Socialista
29 de janeiro de 2016 às 10:10

Chumbar em Bruxelas ou Lisboa?

Na prática, o que Bruxelas diz é que das duas uma: ou Portugal baixa a previsão do défice estrutural ou baixa a previsão de crescimento económico

A proposta de Orçamento de Estado para 2016 que o governo português entregou em Bruxelas encalhou nos "critérios técnicos" da Comissão Europeia (CE). Em "europês" esses "critérios técnicos" traduzem insofismáveis opções políticas e orçamentais. Assim sendo, Bruxelas resolveu pedir contas ao governo de Lisboa, em forma de pedido de esclarecimento. Na prática, o que Bruxelas diz é que das duas uma: ou Portugal baixa a previsão do défice estrutural ou baixa a previsão de crescimento económico. Isto é, ou corta na despesa ou corta no investimento. Isto porque os técnicos de Bruxelas terão detectado um buraco de 2 mil milhões de euros entre receitas e despesas. Em linguagem comum, o que Bruxelas vem dizer, é que o dinheiro não estica e que Portugal não pode ter ao mesmo tempo "sol na eira e chuva no nabal". Os comissários europeus en-tendem que as previsões de Mário Centeno, que já constavam do célebre cenário macroeconómico, são demasiado optimistas. Basicamente o mesmo que já tinha dito o Conselho de Finanças Públicas e as agências de ratinge agora também a UTAO. O que marca o regresso da tese "gaspariana": "Não há dinheiro! Qual foi a parte que não entenderam?".

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