Cumprem-se em 2024 os 50 anos do 25 de Abril. E como foi o último ano em ditadura? Já se notavam ventos de revolução? Foi isso que fomos perceber. E ainda: entrevistas ao cantor Tony Carreira e à atriz Jani Zhao; e as recordações de Maria da Luz de Bragança sobre a fase de ouro das festas de elite e bailes de debutantes.
Ao lembrar as suas memórias da última passagem de ano em ditadura (de 1973 para 1974), a médica Isabel do Carmo, então uma das líderes do grupo armado Brigadas Revolucionárias, não destacou um planeamento de ataque bombista ou ação subversiva, mas sim um patinho de borracha. Foi o presente que um amigo ofereceu à sua filha bebé, numa altura em que vivia escondida, na clandestinidade. Essa noite foi uma das raras oportunidades em que conseguiu estar com ela e com o seu companheiro, Carlos Antunes, numa quinta do Ribatejo, sem sonhar que o Estado Novo estava a quatro meses de cair. O jornalista Tiago Carrasco recuou 50 anos para tentar perceber o ambiente político e social que se vivia em Portugal em dezembro de 1973. Recolheu testemunhos de capitães que conspiravam, de opositores que passaram o réveillon em prisão solitária ou de maoístas que se inspiravam na China. Pelo meio, levou negas. Como a do preso político que ainda não foi capaz de falar das torturas a que foi sujeito.
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