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Trump recusa afastar procurador que reuniu com a Rússia

Trump defende que Jeff Sessions deve manter-se nas investigações sobre interferência da Rússia nas eleições de 2016, apesar de ter reunido com o embaixador de Moscovo

O presidente norte-americano, Donald Trump, considera que o seu procurador-geral, Jeff Sessions, deve manter-se nas investigações sobre interferência da Rússia nas eleições de 2016, apesar do crescente número de republicanos e democratas que pedem o seu afastamento. Trump disse ainda que mantém "total" confiança em Sessions.

 Altos responsáveis do Partido Democrata estão a pedir mais do que o simples afastamento de Sessions das investigações. Pedem mesmo que o procurador-geral se demita do cargo de principal responsável pela Justiça nos Estados Unidos, depois de se ter ficado a saber que Sessions falou em duas ocasiões com o embaixador russo durante a campanha presidencial.

 As conversas de Sessions com o embaixador Sergey Kislyak parecem contradizer as suas declarações sob juramento ao Congresso durante as audições para a sua confirmação no cargo.

 A líder dos Democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusou Sessions de "mentir sob juramento" e tanto ela como o líder dos Democratas no Senado, Chuck Schumer, disseram que o Procurador deveria afastar-se.

 "Eu disse que, quando for apropriado, peço escusa" da investigação, declarou Sessions à MSNBC. Trump, questionado sobre se Sessions se deveria afastar da investigação, disse: "Acho que não".

A resposta de Trump surge no mesmo dia em que pelo menos três Representantes republicanos - Jason Chaffetz, Darrell Issa e Tom Cole - disseram que Sessions se deve afastar das investigações sobre a interferência russa na campanha das presidenciais de 2016.

O senador republicano Rob Portman disse também que Sessions faria um serviço melhor ao país se se afastasse.

Durante a sessão de confirmação de Janeiro, o senador Al Franken alertou Sessions para as alegações de que teria havido contactos entre assessores de Trump e a Rússia durante as eleições presidenciais.

Em concreto, perguntou a Sessions o que faria se houvesse provas de que alguém da campanha de Trump tinha estado em contacto com o governo russo durante a campanha.

Sessions respondeu não estar a par dessas actividades e, depois, acrescentou: "Fui chamado de 'substituto' por uma ou duas vezes durante a campanha e não tenho, não mantive comunicações com os russos, [pelo que] não estou em condições de comentar sobre isso".

A porta-voz do Departamento de Justiça considera que foi essa a resposta que não foi enganadora: "Ele foi questionado durante a audiência sobre comunicações entre a Rússia e a campanha de Trump - não sobre os encontros que teve como senador e membro da Comissão de Serviços Armados", afirmou num comunicado, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).