Sábado – Pense por si

Puigdi, o presidente acidental

João Carlos Silva
João Carlos Silva 16 de outubro de 2017 às 07:00

É o primeiro a dizer que chegou ao lugar por acaso. Em menos de dois anos tornou-se o inimigo número 1 do Governo de Espanha. Hoje, Carles Puigdemont pediu mais dois meses para negociar com Madrid

Ainda há dias, antes do referendo de 1 de Outubro, se reuniu com jornalistas e foi levado a recordar o momento em que se tornou presidente da Generalitat da Catalunha, a 10 de Janeiro de 2016: "Cheguei no último minuto, por acidente, pela porta das traseiras", resumiu. O seu antecessor, Artur Mas, um histórico, tinha sido derrubado por uma esquerda que decidiu não tolerar mais a sua política de austeridade. Carles Puigdemont, hoje com 54 anos, viu-se de repente como a solução de compromisso - e lendo o que se escreveu então ninguém acreditava muito que viesse a durar no cargo. Desmentiu todas essas previsões e acelerou o processo separatista. Nesta terça-feira, dia 10, porém, em vez de fazer uma declaração unilateral de independência, como alguns antecipavam, disse que avançaria com ela, sim, mas dentro de semanas, "para entrar numa etapa de diálogo". Chamou-lhe "um gesto de generosidade", mas o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, consideraria minutos depois que houve mesmo uma declaração de independência.

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