O júri do prémio sublinha que Anne Carson "atingiu níveis de intensidade intelectual e solvência que a colocam entre os mais destacados escritores" da atualidade.
A poeta e ensaísta canadiana Anne Carson foi distinguida hoje, em Oviedo, Espanha, com o Prémio Princesa das Astúrias para as Letras 2020, tendo o júri considerado a autora um dos "mais destacados escritores do presente".
O júri do prémio sublinha que Anne Carson "atingiu níveis de intensidade intelectual e solvência que a colocam entre os mais destacados escritores" da atualidade.
Os membros do júri destacam igualmente que, a partir do estudo do mundo greco-latino, a premiada "construiu uma poética inovadora onde a vitalidade do grande pensamento clássico funciona como se se tratasse de um mapa que convida a esclarecer as complexidades do momento presente".
"O seu trabalho mantém um compromisso com a emoção e o pensamento, com o estudo da tradição e com a renovada presença das Humanidades como forma de alcançar uma melhor consciência do nosso tempo", acrescenta o júri que a escolheu entre as 28 candidaturas de 17 nacionalidades que se apresentaram.
Anne Carson nasceu em Toronto (Canadá), a 21 de junho de 1950, e é professora de Literatura Clássica e Comparada na Universidade do Michigan (Estados Unidos da América).
A galardoada é também "uma reconhecida poeta, ensaísta e tradutora", tendo uma edição bilíngue dos poemas de Safo que encontrou numa livraria "mudado a sua vida para sempre".
"A visão das duas páginas sobrepostas, uma delas com um texto impenetrável, mas de grande beleza visual, cativou-me e comprei o livro", afirmou Anne Carson, citada pelo comunicado da Fundação Princesa das Astúrias.
A premiada desistiu duas vezes de estudar na Universidade de Toronto, devido a exigências curriculares (especialmente por causa de uma disciplina obrigatória sobre John Milton).
Depois de se dedicar durante algum tempo a trabalhar em artes gráficas, terminou os seus estudos em St. Andrews (Escócia), onde em 1986 se doutorou com uma tese sobre Safo.
Anne Carson é especialista em cultura e línguas clássicas e em literatura comparada, antropologia, história e publicidade e, segundos os críticos, "um dos mais requintados e eruditos escritores da literatura contemporânea, bem como autora de uma obra hipnótica, na qual funde estilos, referências e formatos, e aposta pelo híbrido entre o greco-latino, o medieval e o contemporâneo".
Este é o sexto dos oito Prémios Princesa das Astúrias que vão ser anunciados este ano, depois de o destinado à Concórdia ter sido atribuído aos profissionais espanhóis de saúde, o das Artes aos compositores Ennio Morricone e John Williams, o da Comunicação e Humanidades à Feira Internacional do Livro de Guadalajara e ao Festival Hayaos, o das Ciências Sociais, ao economista turco Dani Rodrik e, o do Desporto, ao piloto espanhol Carlos Sainz.
O Prémio Princesa das Astúrias para as Letras foi atribuído em 2019 à escritora norte-americana Siri Hustvedt e, em edições anteriores, a Adam Zagajewski (2017), Richard Ford (2016), Leonard Cohen (2011), Amin Maalouf (2010), Gunter Grass (1999), Mario Vargas Llosa e Rafael Lapesa (1986), entre outros.
Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem, em termos gerais, o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional e o destinado às Letras "a obra de criação e aperfeiçoamento da produção literária em todos os seus gêneros".
Cada prémio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró – símbolo que representa o galardão -, 50.000 euros, um diploma e uma insígnia, que nos anos anteriores foi entregue numa cerimónia solene presidida pelo rei de Espanha, Felipe VI, no teatro Campoamor, em Oviedo.
Poeta e ensaísta canadiana Anne Carson vence Prémio Princesa das Astúrias para as Letras
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres