Isto não significa uma mudança no padrão da doença, que continua a afetar mais gravemente pessoas com mais idade e que tinham problemas prévios antes de serem contagiadas, alerta a OMS.
OMS alerta para aumento de casos graves e mortes entre doentes mais novos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje para o aumento de casos de pessoas doentes com covid-19 mais novas que acabam nos cuidados intensivos ou por morrer, uma tendência para a qual ainda não há explicação.
França coronavirusEPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
"Há cada vez mais pessoas dos grupos etários mais jovens, nas faixas dos 30, 40 ou 50 anos, que estão nos cuidados intensivos e que estão a morrer", afirmou em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, a diretora do programa de emergências sanitárias da OMS, Maria Van Kerkhove.
Salientou que isso não significa uma mudança no padrão da doença, que continua a afetar mais gravemente pessoas com mais idade e que tinham problemas prévios antes de serem contagiadas com o novo coronavírus.
"Ainda falta algum tempo antes de entendermos como é a mortalidade nos diferentes países", afirmou, considerando que é "difícil e enganador" comparar a a taxa de letalidade entre países em fases diferentes da doença.
A taxa de letalidade calcula-se dividindo o número de pessoas que morreram pelo número de casos confirmados e há "diferenças significativas" no que os países estão a fazer para detetar casos, como os critérios que seguem para fazer testes.
O diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, defendeu que é preciso levantar as barreiras financeiras que existam ao acesso de pessoas aos cuidados de saúde, argumentando que os países que não o fizerem estarão a "prejudicar-se a si próprios e a colocar a sociedade em risco".
É preciso suspender as taxas de acesso aos cuidados de saúde e garantir testes gratuitos a toda a gente, tenham ou não seguros de saúde, e independentemente do seu estatuto de cidadão, refugiado ou migrante, defendeu.
Tedros Ghebereyesus reforçou ainda o apelo para que o combate à pandemia não desvie atenção de outros aspetos essenciais da saúde mundial, como a erradicação de doenças como a poliomielite, para as quais é preciso continuar as campanhas de vacinação.
O diretor da OMS alertou ainda para que as autoridades de cada país garantam o combate à violência doméstica, cujo risco aumenta com a necessidade de isolamento social e que pode afetar, sobretudo, "mulheres em relações abusivas e crianças" que se veem privadas de contactos sociais.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Descubra as Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.