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Noruega doa 61,7 milhões de euros para o Fundo Amazónia

Maior doador do Fundo Amazónia aumentou as suas contribuições em relação ao ano passado. Em 2017, foram 36,8 milhões de euros.

O Governo da Noruega anunciou esta terça-feira a doação de 70 milhões de dólares para o Fundo Amazónia, um projecto que apoia a redução, desmatamento e o uso sustentável dos recursos naturais da região Amazónica.

A Noruega, que é o maior doador do Fundo Amazónia, aumentou as suas contribuições em relação ao ano passado. Em 2017, foram 41,8 milhões de dólares (36,8 milhões de euros), sendo que este ano as doações subiram para os 70 milhões (61,7 milhões de euros), num reconhecimento da redução de 12% no desmatamento da Amazónia, no período de Agosto de 2016 a Julho de 2017, anunciou o Governo brasileiro em comunicado.

"Além de incentivar os esforços de aplicação da lei, precisamos mobilizar todos os segmentos da sociedade na luta contra infracções ambientais e na defesa do desenvolvimento sustentável da Amazónia", declarou o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.

Desde o início do apoio da Noruega, o Brasil evitou a emissão de mais de 4,5 mil milhões de toneladas de CO2 devido à redução do desmatamento.

O apoio do país nórdico ao Fundo Amazónia, juntamente com as doações da Alemanha e da empresa petrolífera estatal do Brasil 'Petrobras', possibilitou o aumento dos esforços de controlo contra o desmatamento ilícito na floresta tropical, como a extracção ilegal de madeira e de ouro, declarou o executivo brasileiro.

"É encorajador que o Brasil tenha conseguido reduzir o desmatamento na Amazónia no ano passado, apesar de estar numa situação económica desafiadora", afirmou o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen.

Desde 2008, data de criação do Fundo, a Noruega e a Alemanha já doaram o valor total de 1,2 mil milhões de dólares (4.600 milhões de reais).

No entanto, há um ano, a Noruega anunciou que iria reexaminar a libertação de recursos enviados ao Brasil em projetos de combate à desflorestação, o que implicaria um corte de pelo menos 50%.

A possibilidade deveu-se ao baixo desempenho do governo brasileiro para evitar a desmatação: "Primeiro apresentam resultados, e depois vê-se se consegue o nosso apoio", disse o ministro do ambiente norueguês, Ola Elvestuen, em Junho deste ano.

No entanto, apesar do Governo da Noruega ter feito a doação milionária, a desflorestação da Amazónia brasileira registou um aumento de 13,7% entre Agosto de 2017 e Julho de 2018, período em que perdeu uma área total de 7.900 quilómetros quadrados, o equivalente a cerca de 1.185 milhões de árvores, segundo o Instituto Nacional de Investigações Especiais (Inpe), responsável pela monitorização da cobertura nativa da maior floresta tropical do planeta.